Estendendo
suas considerações sobre Nossa Senhora, Mãe da vida, o Pe Jourdain as ilustra
com extraordinário exemplo:
“Maria, não contente de nos procurar a vida da
graça, se compraz em nos socorrer também nos perigos que ameaçam nossa vida
natural. Quantos enfermos Lhe devem sua cura! Quantos infelizes expostos a um risco
de morte inevitável foram salvos por Ela! [...]
“Permiti-nos
de vos citar um antigo fato, pouco conhecido.
“Um
padre da Eslovênia, devotíssimo da Santíssima Virgem, deixou seu país para se
dirigir em peregrinação a Nossa Senhora de Loreto. Teve ele a infelicidade,
durante o curso de sua viagem, de cair entre as mãos dos turcos que infestavam as
costas da Itália. Como não cessasse de invocar Maria e de dizer que A amava de
todo seu coração, os infiéis lhe abriram o peito, arrancaram-lhe o coração e
lho entregaram, ordenando-lhe de ir oferecê-lo, ele mesmo, Aquela que tanto
amava.
‘Oh!
milagre! Esse fiel servidor de Maria não morreu. Aproveitando a liberdade que
lhe deram seus carrascos, pôde se arrastar durante alguns dias e chegar a
Loreto. Depositou seu coração (ainda incorrupto) aos pés do altar de Maria,
recebeu a Sagrada Comunhão e expirou.
‘Eis
como Maria é Mãe da vida. Ela, por um retumbante milagre, contrariando todas as
leis da natureza, conservou a vida de seu bem-amado servidor o bastante para
que ele pudesse cumprir seu voto.
“Maria
é, portanto, a Mãe da vida temporal, espiritual e eterna, que Ela nos alcança
com sua intercessão.”
JOURDAIN, Z-C. Somme des Grandeurs de Marie. Paris: Hippolyte
Walzer, 1900. Vol. V. p. 123-124.