Crescente inimizade
“São
Luís Grignion diz: «É principalmente a estas últimas e cruéis perseguições do
demônio, que se multiplicarão todos os dias até ao reino do Anticristo, que se
refere aquela primeira e célebre predição e maldição que Deus lançou contra a
serpente no Paraíso Terrestre (Gên. III, 15): Porei inimizades entre ti e a
mulher e entre a tua posteridade e a posteridade dela. Ela te pisará a cabeça,
e tu armarás traições ao seu calcanhar.
“Revela-se
aqui a noção de que existe, no decurso da História, uma luta cada vez mais
encarniçada e feroz entre a descendência de Nossa Senhora, ou seja, os filhos e
escravos d’Ela, e a descendência do demônio, isto é, os homens que a ele se
devotaram.
Combatividade e
desconfiança em relação aos filhos da serpente
“A
época em que vivemos é de intensa combatividade entre essas duas falanges. E por
isso toda a piedade e a formação espiritual dos escravos de Maria devem ser
ordenadas em função desta luta.
“Convém
insistir sobre a palavra traição, empregada pelo próprio Deus. Esta é a arma
habitual do demônio. Ele age por meio de traidores que, disfarçados, preparam
golpes de surpresa contra os filhos de Nossa Senhora. Estes, portanto, devem
compreender que o espírito de combatividade em relação ao demônio é conjugado
com o espírito de desconfiança: desconfiar que Satanás está agindo de todos os modos
e por toda a parte, com sua infernal insídia.
“Combatividade
aliada à desconfiança, eis as características do batalhador de Nossa Senhora
contra a raça da serpente” 67
67)
GRIGNION DE MONTFORT, Luís Maria. Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima
Virgem. 6. ed. Petrópolis: Vozes, 1961. P. 54-55; CORREA DE OLIVEIRA, Plinio. Conferência
em janeiro de 1966. (Arquivo pessoal).