sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Olvido, Triunfo e Misericórdia

Durante sua vida terrena, a Virgem Santíssima sofreu olvidos de toda ordem. O primeiro, e certamente dos que mais A fizeram sofrer, foi o aparente abandono dEla pelo Menino Jesus, quando deixava Jerusalém e Ele desapareceu. Essa inesperada atitude do Divino Infante motivou a celestial pergunta de Nossa Senhora, ao reencontrá-Lo entre os doutores no Templo: “Filho, por que procedeste assim conosco?”
Foi este um olvido aparente, pois Nosso Senhor nunca se esquecia de sua Mãe Virginal. Porém, de modo análogo, em outros momentos de sua vida Maria Santíssima pareceu esquecida, e como que não se dava importância a Ela. O mesmo ocorre, aliás, com os que amam e seguem Nossa Senhora. Por vezes, passam por situações em que têm a impressão de que todos se esquecem deles e não lhes reconhecem o merecido valor.
Seja como for, importa que esses devotos da Virgem sigam, no aparente esquecimento, o excelso exemplo de sua divina Mãe. Com efeito, sem se deixar abalar pelos pretensos descasos e olvidos, prosseguia Ela tranquilamente sua trajectória, até chegar o momento das grandes glorificações: a Ressurreição de seu Divino Filho, a sua Ascensão aos Céus, Pentecostes, a Dormição gloriosa dEla e, por fim, a Assunção.
Somente após o seu celebrado ingresso no Céu, onde foi coroada Rainha do Universo, a ação de Nossa Senhora e o culto a Ela começaram a se estender e se multiplicar pelo mundo inteiro. A tal ponto que, sem haver uma Iei eclesiástica determinando que seja posta uma imagem de Nossa Senhora, obrigatoriamente, em todas as igrejas, o impulso de alma mais profundo de todos os fiéis tende para isso, tornando desnecessária a obrigatoriedade desse costume. O que é ainda mais glorificante para a Mãe dc Deus. E assim, em qualquer igreja que se entre, sob as formas e as invocações mais variadas, seja sob o aspecto de pinturas, de mosaicos ou esculturas, nunca falta uma imagem bem visível de Nossa Senhora.
E a glorificação dEla. Entretanto, o ápice de seu triunfo será no dia do Juízo Final, quando Ela aparecerá em toda a sua pompa e majestade, ao lado de seu Divino Filho, aclamada por todos os justos, enquanto os réprobos serão humilhados. E terminada essa magna hora da justiça de Deus, São Miguel Arcanjo e os Anjos fiéis executarão, com todo o zelo, a ordem de lançar no inferno os condenados ao fogo eterno.
Portanto, para os que sabem suportar o olvido, virá depois a glória, o triunfo e a misericórdia.
Pensamento este que se aplica, em certo sentido, à devoção a Nossa Senhora de Fátima. Na verdade, Fátima teve no começo seu momento de triunfo, e agora passa por um olvido. O ciclo é inverso, há-de chegar o dia da misericórdia. Mas, esse dia não virá sem novo triunfo. Pois a Virgem Santíssima prometeu: “Por fim o meu Imaculado Coração triunfará!