quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Um gracejo celeste

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Mons. João Clá Dias sempre procura frizar em seus semões e conferências, a Fé e a Confiança. A Fé que nos faz atravessar qualquer "Mar Vermelho" a pé enxuto, e a confiança que por mais que uma situação pareça aflitiva e sem solução, o socorro Celeste nunca e jamais nos falta. E quanto maior for espera maior será a graça!

Se a Madonna del Paradiso atende tão prontamente os pedidos, como o deste prisioneiro de Siena, outras vezes Ela se compraz em pregar carinhosas peças a seus piedosos devotos.

"A 7 de agosto do ano de 1467, Nicola di Giovanni, de Manfredonia, com uma perna paralisada por uma dor no nervo ciático e vítima ainda de posterior ataque de apoplexia, embora passasse muitos dias na Santa Capela suplicando a graça, pela qual fora ali levado com muita dificuldade, vendo que suas orações não eram atendidas, com incômodos e padecimentos redobrados, tomou o caminho de Roma para ver se ao menos lá poderia encontrar algum remédio para seu gravíssimo mal. Eis porém uma graciosa e amorosa peça de Maria Santíssima do Paraíso ou do Bom Conselho.


No caminho, Ela aparece-lhe em sonhos quando, extenuado e triste, estava ele dormindo à sombra de uma árvore na hora mais quente do dia estival.

-"Nicola, tu me conheces? Eu sou aquela Virgem à qual recorreste em tua doença. Ego sum Virgo illa".


Diz Nicola:- " E porque então, benegníssima e clementíssima Senhora, não me haveis atendido?"


Maria responde: -É que já estás curado, meu filho. Volta alegre a Genazzano para declarar a graça recebida". E abençoando-o com o Sinal da Cruz, desaparece.


O venturoso Nicola levanta-se e vê-se realmente curado. Retorna rapidamete a pé a Genazzano, contando o milagroso acontecimento a todas as pessoas ao longo da estrada e no grande Santuário de Maria. E, por fim, na presença de testemunhas, depõe sob juramento".

sábado, 14 de março de 2009

Nossa Senhora das Maravilhas


Em seus sermões e suas conferências, o Mons. João Clá Dias, sempre procura incutir ou incendiar a devoção a Nossa Senhora.



São inumeráveis as maravilhas operadas pela Mãe de Deus ao longo desses vinte séculos de História da Igreja. Com razão, pois, o povo fiel, entre centenas de outros títulos, invoca a Imaculada Esposa do Espírito Santo como Nossa Senhora das Maravilhas.

Quando em 1552, aportou na Bahia o primeiro Bispo do Brasil, Dom Pero Fernandes Sardinha, trazia ele uma preciosa imagem de Nossa Senhora das Maravilhas , presente do Rei Dom João III à recém-descoberta Terra de Santa Cruz.

Concluída a construção da Catedral da Sé de Salvador em 1624, seu Bispo, Dom Marcos Teixira, entronizou na principal capela lateral a imagem, onde todos que se aproximavam para pedir-lhe auxílio eram atendidos com benevolência.

Poucos anos mais tarde o Menino Jesus que ela trazia nos braços foi sacrilegamente furtado, quebrado em vários pedaços e lançado no lixo da cidade , onde foi depois encontrado faltando uma das perninhas. Uma mulher ao procurar lenha encontou esta perninha, e não sabendo o que era, lançou-a no fogo. Oh, maravilha! Para admiração da mulher, aquele pedacinho de madeira saltou para fora do fogo sendo preservado. Deste modo se pôde restaurar o Divino Menino que foi devolvido aos braços da Mãe, com muita devoção.

Na Capital espanhola, o nome de Nossa Senhora das Maravilhas tem sua origem em fatos encantadores e poéticos, próprios à Virgem das Virgens.

Passeando pelo jardim de seu convento em 1620, algumas fervorosas freiras carmelitas descobriram uma imagem do Menino Jesus recostada sobre um tufo de flores conhecidas pelo nome de maravilhas.



Cheias de surpresa, não sabiam elas o que mais admirar, se o diminuto tamanho do Menino, de apenas sete centímetros, se a sua extrema formosura , ou se as circunstâncias em que foi descoberto. Com grande alegria e devoção, levaram-no para a capela, onde lhe improvisaram um altar ornado com as flores irisadas de amarelo e alaranjado, sobre as quais havia sido encontrado.
E começaram a invocá-lo como o Menino Jesus das Maravilhas.
Poucos anos depois, chegou a Madri uma antiga imagem da Virgem , cuja a origem também está envolta nas brumas da história.
Consta ser ela do século XIII. Em 1585, estava exposta à veneração dos fiéis no povoado de Rodasviejas, mas em tão deplorável estado de conservação que o Bispo de Salamanca mandou retirá-la da igreja. Alguns paroquianos, entretanto, não se conformaram com essa decisão. E um deles obteve autorização para ficar com a imagem em sua residência.
Tinha porém a Santíssima Virgem desígnios admiráveis a respeito dessa sua imagem. Após algumas vicissitudes, foi ela parar em Madri, tornando-se propriedade de Ana Carpia, esposa do escultor Francisco de Albornoz, o qual a restaurou na perfeição.
À residência desse católico casal começaram a afluir, em número cada vez maior, vizinhos e conhecidos para rezar diante dessa imagem, pois correra a notícia de que ali a Mãe de Bondade concedia favores a seus devotos.
Um estupendo milagre tornou-a famosa na cidade inteira. Um caçador em uma lamentável explosão de ira apunhalou brutalmente um jovenzinho das vizinhanças, deixando-o meio morto. A mãe do menino foi correndo prostar-se diante da imagem, imlplorando a Nossa Senhora a cura do filho. Pouco depois, ficou ele totalmente são e salvo.
Este e muitos outros prodígios levaram o Vigário Geral da Diocese a pedir que Ana Carpia entregasse a imagem a alguma igreja.
A senhora Carpia decidiu escolher, por sorteio, um dos quatro conventos carmelitas então existentes em Madri. A sorte recaiu sobre o mosteiro onde aparecera antes o Menino Jesus das Maravilhas.

Assim, em 17 de janeiro de 1627, Ana Carpia e seu esposo fizeram lavrar em cartório o ato de doação da imagem milagrosa às freiras carmelitas. No dia 1° de fevereiro desse ano, foi ela transladada para o mosteiro em solene procissão, assinalada por um significativo fato: durante todo o trajeto, uma branca pomba sobrevoou a imagem e entrou com ela no interior da ermida, onde se deixou colher pelas monjas. Estas a consagraram à Virgem no dia seguinte, 2 de fevereiro, festa da Purificação de Maria, e a retiveram no convento.

As freiras ornavam as mãos da imagem com as flores chamadas de maravilhas. Em certo momento, uma delas teve a inspirada idéia de colocar sobre essas flores a minúscula imagem do Menino Jesus das Maravilhas, o qual adquiriu especial encanto posto nesse trono floral. Com isso, a Mãe acabou tomando o nome do Filho: Nossa Senhora das Maravilhas.