sexta-feira, 15 de março de 2013

Maria é nossa vida


Continuação dos comentários do Pequeno Ofício da Imaculada Conceição

Eva Mãe da vida

Com sua luminosa sabedoria de Doutor da Igreja, Santo Afonso de Ligório nos dá a conhecer os motivos mais profundos pelos quais Nossa Senhora é a verdadeira Eva, Mãe da vida:

“Para a exata compreensão da razão por que a Santa Igreja nos ordena que chamemos a Maria nossa vida, é necessário saber que, assim como a alma dá vida ao corpo, assim também a graça divina dá vida à alma. Uma alma sem a graça divina só tem nome de viva, porém na realidade está morta. [..j Obtendo Maria por meio de sua intercessão a graça aos pecadores, deste modo lhes dá vida.

“Ouçamos as palavras que a Igreja Lhe põe nos lábios, aplicando-Lhe a seguinte passagem dos Provérbios: «Os que vigiam desde a manhã por me buscarem, achar-me-ão» (VIII, 7). «Os que recorrem a Mim desde a manhã, isto é, sem demora, certamente me acharão».
Ou, segundo a tradução grega, «acharão a graça». De modo que recorrer a Maria é recobrar a graça de Deus. Lemos por isso pouco depois:

«Quem me encontra, encontra a vida e receberá do Senhor a salvação» (Prov. VIII, 35). Ouvi-o, vós que procurais o reino de Deus, exclamou São Boaventura, honrai a Santíssima Virgem Maria e achareis a vida juntamente com a eterna salvação. [...] Daí as palavras de São Germano: «Ó Mãe de Deus, vossa proteção traz a imortalidade; vossa intercessão, a vida»” 58

Consoantes aos ensinamentos precedentes, são estas palavras de confiança na Santíssima Virgem, pronunciadas pelo Prof. Plinio Corrêa de Oliveira:

“Maria é verdadeiramente nossa vida. Se Ela não existisse, não teríamos razão alguma para esperar na misericórdia divina; não teríamos nada que justificasse qualquer esperança nossa do Céu, ou qual quer alegria na Terra. Tudo que torna vivível nossa existência é o conjunto de esperanças que a intercessão de Nossa Senhora nos autoriza a ter.

“Por isso Maria é nossa vida. Vivemos por Ela; e se não fosse Ela, cairíamos desfalecidos.
“A Virgem Santíssima é verdadeiramente nossa vida!”59

Assim, podemos concluir com o Pe. Chevalier:

“E sempre a partir do coração que o sangue se distribui pelo corpo, e sempre através da mesma artéria principal antes de passar às secundárias. O sangue é a imagem da vida divina. Esta vida nos vem do Sagrado Coração, através desta artéria única, Maria, Mãe dos viventes. No presente não vemos nem o coração, nem a artéria; nem a fonte, nem o canal primeiro; o próprio sangue, não o vemos. Veremos no Céu todas essas maravilhas. Mas, tornando-se visíveis, elas não mudarão. A fonte será sempre a mesma, sempre o mesmo o canal. A diferença é que veremos: e esta visão será nossa eterna felicidade.

“Deus, Jesus e Maria nos aparecerão em toda a sua glória. Deus, fonte de vida, sem fundo e sem margens; nascente que brota inteira em Jesus, e de Jesus se comunica a todos os eleitos, por meio de Maria. Imensa e maravilhosa sociedade: maravilhosa pelo número de seus membros, pela beleza de cada um; maravilhosa ainda mais por sua perfeita unidade! Uma-só vida, um só corpo, uma só cabeça e um só coração. E esse todo, de prodigiosa variedade numa extraordinária unidade, será o próprio Cristo.

“E Maria aparecerá como Mãe desse Cristo, Mãe dos Anjos, Mãe de todos e de cada um dos eleitos. Outra vida não haverá senão a dada por Maria; e nós A contemplaremos como Ela é: Mãe da vida!” 60