sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Maria Santíssima, exemplo de obediência

Dupla obediência a Deus, enquanto Criador e Redentor
Obrigados a obedecer ao Deus Criador, de quem nós recebemos a vida, somos mais rigorosamente ainda obrigados a obedecer ao Deus Redentor que nos livrou da morte eterna. O poder que Deus tem sobre nós, por nos ter criado, duplicou-se, por assim dizer, depois da Encarnação que nos resgatou. Culpado é o homem que se recusa a inclinar-se diante d’Aquele que fez os Céus; mais culpado ainda é quem se recusa a inclinar-se diante de Deus que desceu até nós, revestiu-Se de nossa natureza com suas doenças e dores, e permanece conosco até a consumação dos séculos para ser nosso alimento, nossa força e nossa consolação.
O primeiro é culpado porque desdenha o direito, a justiça, o poder. O segundo é mais culpado porque menospreza a ternura e o amor. O primeiro é ingrato porque ignora o inestimável benefício da existência e da vida. O segundo é mais ingrato porque desconhece o benefício mais inestimável ainda da graça e da Redenção.
Maria Santíssima, exemplo de obediência
Eis as razões que nos impõem a obediência. Mas o exemplo de Maria Santíssima, hoje, a ela nos induz eficazmente. Vejam-na apresentar-se no Templo como uma mulher comum, e, no entanto, Ela é uma exceção sublime. Vejam-na purificar-se, Ela que sempre foi pura e sem mancha! Vejam-na obedecer até a uma lei que não a obrigava, a fim de ensinar toda a raça cristã a obedecer às leis pelas quais nós somos rigorosamente ligados.
Maria Santíssima começou a praticar a obediência já desde a sua juventude. Praticou-a no momento em que, tornando-se Mãe de Deus, inclinou-se diante da palavra do anjo e pronunciou seu fiat imortal. Ela a praticará até o fim. Ela a praticará no meio das humilhações e dos abandonos do Calvário. De sua alma submissa sempre se evolará o grito da obediência e do amor: “Ó meu Deus, faça-se em Mim segundo a vossa palavra! “Fiat mihi secundum verbum tuum”.
Saibamos nós também, a exemplo de Maria Santíssima, praticar sempre a obediência e a submissão. Nós somos os filhos dAquele que foi obediente até a morte, e morte de cruz. Nós fazemos parte de Sua Igreja. Ora, está escrito que a sociedade dos justos é só obediência e amor: “Os filhos da sabedoria formam a assembléia dos justos, e o povo que compõem é, todo ele, obediência e amor” (Eclo 3, 1).