domingo, 13 de janeiro de 2013

Maria, modelo de gratidão a Deus

Em sua admirável obra dedicada à Virgem Santíssima, o Pe. Jourdain recolhe estas palavras do Pe. Kiselio, S. J. (sec. XVII):
“Ao ouvir Isabel proclamá-La bendita entre todas as mulheres, e render testemunho à divindade do bendito fruto de suas entranhas, a Bem-aventurada Virgem Maria exprime os sentimentos de que está penetrada, no admirável cântico, o mais belo que contêm nossos Santos Livros: Magnificat anima mea Dominum — »Minha alma glorifica o Senhor». [...]
“Como no dia da Anunciação, Ela se diz sua humilde serva; proclama que Ele é o Deus que salva, o Deus onipotente, o Deus santo. Ela cumpre o que recomenda o Sábio: Bendizei ao Senhor e exaltai-O tanto quanto puderdes”. Transportada de júbilo e de reconhecimento, Maria  rende graças a Deus por seus benefícios. [...]
“Que o exemplo da Virgem nos ensine como devemos, por nossa parte, glorificar a Deus, Jesus Cristo Nosso Senhor e sua Bem-aventurada Mãe.
“Porventura não fez Deus também em nós grandes coisas, por sua onipotência? Não nos recolheu Ele e nos tirou do abismo de nossa miséria? Seu nome não é igualmente santo para nós e cheio de suavidade? Não nos aceitou como filhos em sua misericórdia? Não deu de comer àqueles que tinham fome, não consolou os aflitos e exaltou os humildes? Que nossa alma glorifique, pois, ao Senhor, e que nosso espírito se alegre em Deus nosso Salvador!
“Sim, é com alegria que convém, a exemplo de Maria, bendizer ao Senhor, testemunhar-Lhe nossa gratidão e celebrar sua glória!”
“Mas, se durante nossa vida nos aplicamos em sufragar as almas do Purgatório, [...] não devemos temer de ser abandonados: o que fizemos pelos outros, ser-nos-á devolvido ao cêntuplo. Maria não permitirá que sejamos vítimas de nossa generosidade, e a nossa dívida, fosse ela de dez mil talentos, logo será paga. [...]
“Roguemos, pois, pelas almas do Purgatório. Assim praticamos o bem, alegramos o coração de Nossa Senhora, enriquecemos o tesouro de nossos méritos e preparamos uma entrada mais fácil na mansão da eterna beatitude”
JOURDAIN, Z.-C. Somme des Grandeurs de Marie. Paris: Hippolyte Waizer, 1900. Vol. V. p. 377-378.