quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

A Imaculada Conceição de Maria

O testemunho dos Santos
A Imaculada Conceição, admirável privilégio da Virgem Maria, foi proclamada por inúmeros Santos, ao longo de todos os séculos da história da Igreja. Por exemplo, Santo André, Apóstolo do Senhor, diante do procônsul Egeu, assim se exprime a respeito de Maria: “E porque o primeiro homem foi formado de uma terra imaculada, era necessário que, de uma Virgem igualmente imaculada, nascesse o homem perfeito” 67
Santo Hipólito, Bispo do Porto, mártir, escrevia por volta do ano 220: “Quando o Salvador do mundo resolveu resgatar o gênero humano, nasceu da imaculada Virgem Maria, e se revestiu de nossa carne...” 68
Santo Efrém o sírio, diácono de Edessa, em 360 exclamava: “Sois imaculada, sois sem mancha e sem defeito, sois a própria pureza, da qual não pode se aproximar sombra de pecado, ó Virgem, Esposa de Deus e nossa Soberana!” 69
O grande São Jerônimo, explicando as palavras do Cântico (V, 2): Pomba minha, imaculada minha — assim se exprime:
“Maria apresenta, em tudo, a simplicidade da pomba, porque nada existiu n’Ela que não fosse toda pureza, toda simplicidade, toda verdade e toda graça.
“Ela é, pois, imaculada, porque não tem traço de corrupção”
E Santo Agostinho: “Quem poderá dizer: eu nasci sem pecado? Quem poderá se gloriar de ser puro de toda iniquidade, senão esta Virgem prudentíssima, este templo vivo do Altíssimo, que o próprio Deus escolheu e predestinou antes da criação do mundo, para que fosse a santa e imaculada Mãe de Deus, para que fosse a filha preservada de toda corrupção e de toda mancha de pecado?” 71
Santo Ildefonso, uma das glórias mais puras da Espanha, escrevia em meados do século VII: “É opinião constante que Ela foi isenta de toda falta original, Aquela por quem não somente a maldição de nossa mãe Eva foi retratada, mas a bênção foi a todos concedida” 72
No ano de 811, São Nicéforo, Patriarca de Constantinopla, dirigia ao Papa Leão III uma carta contendo sua profissão de fé, a qual conclui nestes termos: “Pela intercessão de sua Mãe toda imaculada e toda pura, e pela de todos os Santos”
Ricardo de São Vítor, nos fins do século XII: “As estrelas são cobertas de trevas, os Santos são obscurecidos pela falta comum a todos os homens. Mas a Bem-aventurada Virgem foi toda bela: o Sol de Justiça A iluminou inteira, e A penetrou de seus raios. N’Ela não há mancha alguma nem sombra de pecado”
Durante o século XIV viveu o piedoso e admirável autor Raimundo Jordão, agostiniano e Abade de Celles, o qual, por humildade, se escondia sob o nome de Idiota. Fervoroso defensor da Imaculada Conceição, exclamava: “Sois toda bela, ó Maria, e em Vós não há mácula. Sois toda bela em vossa Conceição, pois fostes formada unicamente para ser o templo do Deus Altíssimo. [...] Jamais mancha alguma, sopro nenhum do vício ou do pecado tocou vossa gloriosa alma! [...] Não há em vós sombra de pecado, seja mortal, seja venial, seja original: nunca houve e nunca haverá!”
Em 1410, São Vicente Ferrer declarava que Maria não foi semelhante a nós, em sua Conceição, mas criada pura e santa, desde o primeiro momento. “E logo — dizia — os Anjos celebraram a festa da Imaculada Conceição!” 76
Nos albores do século XVII, São Francisco de Sales assim se exprimia: “Bem é verdade que nosso primeiro pai e Eva foram criados e não concebidos; sem embargo, todas as concepções dos homens se fazem em pecado. Somente Nossa Senhora ficou isenta deste mal, Ela, que devia conceber a Deus primeiramente em seu coração e em seu espírito antes de concebê-Lo em suas puríssimas entranhas” ‘.
Encerremos esse curto rol de louvores à Imaculada Conceição, com o ardoroso juramento de Santo Afonso de Ligório, um século antes da definição dogmática pela Bula Ineffabilis Deus: “Ó minha Senhora, minha Imaculada, alegro-me convosco por ver-Vos enriquecida de tanta pureza. Agradeço e proponho agradecer sempre ao nosso comum Criador por ter-Vos Ele preservado de toda mancha de culpa. Disso tenho plena convicção, e para defender este vosso tão grande e singular privilégio da Imaculada Conceição, juro dar até a minha vida”