segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Maria nos planos de Deus

Consideremos as palavras do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira a propósito do sublime lugar reservado à Santíssima Virgem, na ordem da criação:
“Entre o Padre Eterno e a criação existe o Homem-Deus: inteiramente Deus, como as outras Pessoas da Santíssima Trindade; tão homem quanto cada um dos descendentes de Adão.
“Resta, contudo, um tal abismo separando Nosso Senhor Jesus Cristo das demais criaturas, que a pergunta se impõe: na ordem das coisas não deveria haver um outro ser que, ao menos de algum modo, preenchesse esse hiato?
“Ora, a criatura chamada a completar esse vácuo no conjunto da criação, a criatura excelsa, infinitamente inferior a Deus, mas ao mesmo tempo insondavelmente superior a todos os Anjos e a todos os homens de todas as épocas — é precisamente Nossa Senhora.
“A Virgem Santíssima é para Deus Padre a mais eleita das criaturas, escolhida por Ele, desde toda a eternidade, para ser a Esposa de Deus Espírito Santo e a Mãe de Deus Filho. Para estar à altura dessa dignidade, Maria havia de ser a ponta de pirâmide de toda a criação, acima dos próprios Anjos, elevada a uma inimaginável plenitude de glória, de perfeição e de santidade.
“Por isso Dante, na Divina Comédia (que alguns dizem ser a Suma Teológica de São Tomás de Aquino posta em verso), depois de ter passado pelo Inferno e pelo Purgatório, percorre os vários círculos dos bem-aventurados no Céu. Quando chega no mais alto coro angélico, ou seja, no píncaro da mansão celeste, o Poeta começa a divisar a glória de Deus. É uma luz difusa, que seus olhos não conseguem sustentar.
“Ele repara então num outro ser que está acima dos Anjos: Nossa Senhora. A Virgem Santíssima lhe sorri, e Dante contempla nos olhos d’Ela o reflexo da luz de Deus.
“Acabou-se a Divina Comédia.
“O olhar humano fitou o olhar puríssimo, o olhar sacratíssimo, o olhar sumamente régio, o olhar indizivelmente materno de Nossa Senhora. Tudo então está consumado: a Divina Comédia termina na mais alta das cogitações humanas.
“Nossa Senhora é o grampo de ouro que une a Nosso Senhor Jesus Cristo toda a criação, da qual Ela é o ápice e a suprema beleza.”
CORRÊA DE OLIVEIRA, Plinio. Conferência em 7/2/1971. (Arquivo pessoal).