“Um pio e douto frade dominicano, estando havia muitos anos gravemente tentado contra o dogma da perpétua virgindade de Maria, quis, por fim, ir ao encontro do humilde franciscano, que tinha o dom de acalmar as consciências perturbadas, a fim de lhe expor suas tentações. O Bem-aventurado Egídio, iluminado do alto, saiu a seu encontro fora da porta do convento e, saudando-o, disse: «Irmão pregador, a Santíssima Mãe de Deus, Maria, foi virgem antes de dar-nos Jesus». E, assim dizendo, bateu com o bastão na terra, nela brotando imediatamente um formoso e cândido lírio. Tornou a bater na terra e a repetir: «Irmão pregador, Maria Santíssima foi virgem ao dar-nos Jesus»’. Logo surgiu um segundo lírio, ainda mais belo do que o primeiro. Bateu pela terceira vez na terra, replicando: «Irmão pregador, Maria Santíssima foi virgem depois de dar-nos Jesus»’. E se viu nascer um terceiro lírio que, em beleza e brancura, vencia os outros dois.
“Dito isto, o Bem-aventurado Egídio voltou-lhe, sem mais, as costas e entrou no convento, deixando aquele religioso atônito e, ao mesmo tempo, livre de suas violentas tentações.
“Tendo sabido, depois, que aquele frade era o Bem-aventurado Egídio de Assis, concebeu uma grande estima por ele e, enquanto viveu, guardou aqueles lírios, como testemunhos irrefragáveis da perpétua virgindade de Maria.”
SURIO, Vita dei B. Egidio, apud ROSCHINI, Gabriel. Instruções Marianas. São Paulo: Paulinas, 1960. p. 209.