sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Maria é nosso conforto na morte

Lembremo-nos, enfim, daquele extremo socorro que todos os dias solicitamos à Santíssima Virgem, ao recitarmos a Ave Maria.
Essa boa Senhora e Mãe — escreve Santo Afonso de Ligório — não abandona seus fiéis servos nas suas angústias, e especialmente nas da morte, que de todas são as piores: “Como é [Ela] nossa vida no tempo do nosso degredo, assim também quer ser a nossa doçura no tempo da morte, obtendo-nos um suave e feliz trânsito. Desde aquele dia em que teve a dor e juntamente a felicidade de assistir à morte de Jesus, seu Filho, cabeça dos predestinados, obteve Ela também a graça de assistir na morte todos os predestinados. Por isso a Santa Igreja manda implorar à Bem-aventurada Virgem: Rogai por nós, pecadores, agora, e na hora de nossa morte.
“Muito e muito grandes são as angústias dos pobres moribundos, já pelos remorsos dos pecados cometidos, já pelo horror do próximo juízo, já pela incerteza da salvação eterna. É então que o Inferno lança mão de todas as armas e empenha todas as reservas para ganhar aquela alma que passa para a eternidade. [...] Costumado a tentá-la durante a vida, [o demônio] não se contenta de ser ele só que a tenta na morte, mas chama companheiros para o ajudarem. «Encher-se-ão as suas casas (de Babilônia) com dragões» (Is. XIV, 21). Quando alguém está para morrer, entram-lhe pela casa os demônios que à porfia tentam perdê-lo. [...]
‘Ah! como fogem, [porém], os demônios à presença de Nossa Senhora! Se na hora da morte tivermos Maria em nosso favor, que poderemos recear de todo o Inferno? Reanimava-se David para as terríveis angústias da sua morte, pondo sua confiança na morte do futuro Redentor e na intercessão da Virgem Mãe. «Pois ainda quando andar no meio da sombra da morte, não temerei males; porquanto tu estás comigo. A tua vara e o teu báculo, eles me consolaram» (SI. XXII, 4, 5). Pelo báculo entende o Cardeal Hugo o lenho da Cruz, e pela vara a intercessão de Maria, que foi a vara profetizada por Isaías (XI, 11). Esta divina Mãe, diz São Pedro Damião, é aquela poderosa vara que vence todas as violências dos inimigos infernais. Anima-se por isso Santo Antonino, dizendo: Se Maria é por nós, quem será contra nós? [...]
“Como assevera Conrado de Saxônia, a Santíssima Virgem, em defesa dos fiéis moribundos, manda o Príncipe São Miguel com todos os seus Anjos, para protegê-los contra as tentações do demônio e lhes receber as almas, especialmente as daqueles seus servos que se recomendaram continuamente a Ela.*
* trechos do livro " Pequeno Ofício da Imaculada Conceição comentado"