É máxima
incontestável de todos os teólogos, com o Doutor Angélico, que Deus nos dá suas
graças em medida proporcional à qualidade e à dignidade da condição e do estado
aos quais nos chama.
Ora,
São Joaquim e Sant’Ana foram escolhidos para progenitores d’Aquela que haveria
de ser a Rainha de todos os Santos, a Mãe do Santo dos Santos e a esposa do
Divino Espírito Santo. Portanto, devemos estar persuadidos de que a Bondade Divina
os encheu de todos os dons e graças do mesmo Espírito Santo, e de uma
extraordinária santidade.
Quis o
Pai das misericórdias dar-nos por meio deles Aquela que, depois de Jesus, é o
mais excelente modelo da perfeição, o mais elevado trono da santidade. Como,
pois, duvidar que tenha Ele ornado de todas as virtudes e perfeições
imagináveis aqueles que deviam ser o manancial desse imenso mar de graças?
Seus
próprios nomes nos dizem quais devem ser a excelência e a dignidade que os
tornam merecedores de graças extraordinárias: Joaquim significa “preparação do
Senhor”; Ana quer dizer “graça”. Porque convinha, como diz São Pedro Crisólogo,
que “a morada do Santo dos Santos e da própria santidade fosse preparada com
muita antecipação nas pessoas do pai e da mãe que haveriam de engendrá-la”.
São
João Eudes, A infância admirável da Mãe de Deus