quarta-feira, 5 de agosto de 2015

Os pais de Maria

É máxima incontestável de todos os teólogos, com o Doutor Angélico, que Deus nos dá suas graças em medida proporcional à qualidade e à dignidade da condição e do estado aos quais nos chama.
Ora, São Joaquim e Sant’Ana foram escolhidos para progenitores d’Aquela que haveria de ser a Rainha de todos os Santos, a Mãe do Santo dos Santos e a esposa do Divino Espírito Santo. Portanto, devemos estar persuadidos de que a Bondade Divina os encheu de todos os dons e graças do mesmo Espírito Santo, e de uma extraordinária santidade.
Quis o Pai das misericórdias dar-nos por meio deles Aquela que, depois de Jesus, é o mais excelente modelo da perfeição, o mais elevado trono da santidade. Como, pois, duvidar que tenha Ele ornado de todas as virtudes e perfeições imagináveis aqueles que deviam ser o manancial desse imenso mar de graças?
Seus próprios nomes nos dizem quais devem ser a excelência e a dignidade que os tornam merecedores de graças extraordinárias: Joaquim significa “preparação do Senhor”; Ana quer dizer “graça”. Porque convinha, como diz São Pedro Crisólogo, que “a morada do Santo dos Santos e da própria santidade fosse preparada com muita antecipação nas pessoas do pai e da mãe que haveriam de engendrá-la”.

São João Eudes, A infância admirável da Mãe de Deus