Infelizmente,
nas últimas gerações se observa um crescente desinteresse no estudo sério da
doutrina. Com isso, aceitam-se as verdades de Fé muitas vezes por hábito, por
costume, não por convicção, sem portanto a preocupação em aprofundar as razões
que justificam essa crença. Sendo de instituição divina, tudo na Santa Igreja
Católica é belíssimo e tem a sua explicação. Basta se procurar e se encontrará
uma joia.
É o que
ocorre, por exemplo, com o título tão difundido e, ao mesmo tempo, pouco
conhecido de Rainha, merecidamente atribuído à Mãe de Deus.
Em
princípio, todo católico aceita sem problema e até invoca Nossa Senhora como
Rainha. Entretanto, quantos conhecerão as fundamentações doutrinárias mais
elevadas e saberão explicá-las a seus filhos?
Ora, o
que não se aprofunda pela razão, torna-se mero hábito que em poucas gerações se
perde. Ao olvido de suas fundamentações teóricas se seguem as dúvidas, véspera
da negação formal... Quantas verdades não sofreram esse processo de extinção
nas mentes das pessoas?
Qual
era o procedimento de Nossa Senhora como Rainha dos Apóstolos, na Igreja
nascente? Por um lado, Ela era leiga, obedecendo, portanto, à Sagrada
Hierarquia instituída por Nosso Senhor Jesus Cristo, ou seja, aos Apóstolos com
quem convivia. Mas uma discípula que é ao mesmo tempo Filha bem amada do Pai,
Mãe admirável do Filho e Esposa fidelíssima do Espírito Santo! De seu lado, os
Apóstolos, como se relacionavam com Ela?
Plinio
Correa de Oliveira comenta que com Pentecostes, caiu a venda dos olhos dos
Apóstolos e discípulos a respeito da Pessoa de Jesus Cristo, conforme o Divino
Mestre anunciara na Santa Ceia: “Tenho ainda muitas coisas a vos dizer, mas não
sois capazes de compreender agora. Quando Ele vier, o Espírito da Verdade, vos
guiará em toda a verdade.” (Jo 16,12-13). E nessa verdade, não estaria incluído
também o conhecimento de toda a grandeza de Maria Santíssima? Seria possível a
compreensão do Filho e não da Mãe?
São
Luís Grignion de Montfort em seu “Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima
Virgem” trata com timbre profético de um Reino de Maria vindouro em que os
homens respirarão Maria como se respira o ar, e no qual, por fim, a humanidade
dará plena glória a Deus. Pois bem, todo católico pode tornar essa futura era
marial presente já pelo menos em sua alma, fazendo com que em si Nossa Senhora
reine inteiramente. Assim, para que Ela se torne Rainha de fato em algum lugar,
depende somente de cada um de nós...
Continua no próximo post