segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Adornada pelo Divino Esposo

Continuação dos comentários ao Pequeno Ofício de Nossa Senhora 
Em páginas de admirável fervor marial, São João Eudes condensou o pensamento dos Santos e dos doutores acerca da imaculada formosura de Nossa Senhora. Ouçamo-lo:
“Quereis conhecer as perfeições com que Deus adornou o corpo virginal [de Maria]? Escutai o que sobre esta matéria dizem os santos doutores: São Boaventura, Santo Antonino, Ricardo de São Vítor, Dionísio o Cartuxo, o douto e pio Suárez e os demais teólogos afirmam comumente que, entre todos os corpos humanos, nunca houve tão perfeito e formoso, depois do corpo adorável de Jesus, como o puríssimo corpo de Maria. As razões disto são evidentes.
“Porque, em primeiro lugar, é um corpo que, segundo São Jerônimo, São João Damasceno, Santo Epifânio e São Gregório Niseno, foi formado miraculosamente e por virtude sobrenatural, sendo por conseguinte obra do Espírito Santo, que não omitiu nenhuma das qualidades mais excelentes com que podia adornar convenientemente o corpo virginal de sua digníssima Esposa. «É uma estátua talhada pela mão de Deus», diz Santo André de Jerusalém.
“É um corpo que nada tem da maldição do pecado com que são feridos todos os corpos dos demais filhos de Adão. É o corpo da destinada a ser Mãe do Salvador e deve ter, portanto, uma perfeita semelhança com o corpo de seu Filho que será formado de seu puríssimo sangue.
“Foi também revelado a Santa Brígida que o Filho e a Mãe se pareciam tão perfeitamente, na figura e nos traços do semblante, no tamanho e composição do corpo, que quem visse um, via a outra.
“É um corpo feito para estar unido à mais bela e santa alma que jamais existiu nem existirá, depois da alma deífica do Salvador.
“É um corpo em que Deus é muito mais glorificado do que no Céu empíreo.
“É um corpo feito para ser o mais verdadeiro templo do Espírito Santo e o mais augusto santuário da Santíssima Trindade, depois do corpo adorável de Jesus, e para ser um Céu vivente, no qual habitará corporalmente toda a plenitude da Divindade.

“É um corpo que foi criado para que servisse a dar cumprimento aos maiores desígnios de Deus, no qual e do qual sua onipotente bondade obraria o maior e mais admirável de seus mistérios, que é o inestimável mistério da Encarnação.