quarta-feira, 19 de março de 2014

Agasalho da castidade

Comentários ao Pequeno Ofício da Imaculada Conceição
Castidade vitoriosa
Com belas palavras, o Pe. Thiébaud apresenta-nos a castidade de Nossa Senhora como fonte dos grandes triunfos do cristianismo:
“É sob o patrocínio da Virgem que a castidade invadiu de súbito todo o universo, e que esta virtude não apenas povoou os santuários e os desertos de uma nova raça, mas também se espalhou pelo mundo, produzindo, com inesgotável e juvenil fecundidade, gerações castas. Poucos anos depois do exemplo de Maria, Roma, segundo expressão de Santo Ambrósio e de Tertuliano, contava já em seu seio todo um povo de virgens —Plebem pudoris. [...]
“A Virgem Maria foi a primeira que se consagrou a Deus por um voto de castidade perpétua.
“Esse corajoso exemplo produziu, e continua a produzir todos os dias, na Igreja, Anjos de virtude que se lançam com confiança nesse caminho novo, e que realizam, palmilhando-o, o prodigio das paixões extintas, das inteligências esclarecidas, das fraquezas vencidas e das vontades divinamente inabaláveis. É à virtude da castidade da qual a Virgem Maria é o primeiro modelo, que o cristianismo deve seus mais belos triunfos e suas mais esplêndidas vitórias” 1
Castidade contra-revolucionária e misericordiosa
À luz dos princípios de “Revolução e Contra-Revolução “, o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira traça-nos este elogio d’Aquela que é o Agasalho da castidade.
“A sensualidade é, juntamente com o orgulho, uma das molas propulsoras da Revolução. Em sentido oposto, Nossa Senhora, Rainha e Arquétipo dos contra-revolucionários, praticou as virtudes da humildade e da castidade em grau inimaginável.
“O que dizer da pureza d’Aquela que foi imaculada desde o primeiro instante de seu ser? D’Ela brota para toda a Humanidade, como de uma fonte inexaurível, a virtude da castidade. E porque incomparavelmente pura, Ela é, mais do que ninguém, a protetora dos fracos, o socorro dos que se debatem nas tentações da carne. Engano seria pensar que, por ser Ela castíssima, Nossa Senhora tem invencível horror aos impuros. Ela tem, sem dúvida, aversão ao pecado de impureza, mas se compadece daquele que o comete, e deseja a emenda e a salvação deste infeliz.

“Ela está pronta a se inclinar sobre o mais miserável dos homens, e lhe dizer: «Meu filho, em que pântano caíste?! Entretanto, continuo sendo tua Mãe, e por isso me curvo até ti, por mais baixo que tenhas caído. Até aos extremos de tua fraqueza chega minha misericórdia, disposta a te salvar»” 2
1) THIÉBAUD. Les Litanies de La Sainte Vierge expliquées et commentées. 3. ed. Paris: Jacques Lecoffre, 1864. Vol. I. p. 264-265.
2) CORREA DE OLIVEIRA, Plinio. Conferências em 26/5/1972; 12/7/1991 e 25/9/1990. (Arquivo pessoal). 227