Comentários ao Pequeno Ofício da Imaculada Conceição
Castidade vitoriosa
Com
belas palavras, o Pe. Thiébaud apresenta-nos a castidade de Nossa Senhora como
fonte dos grandes triunfos do cristianismo:
“É sob
o patrocínio da Virgem que a castidade invadiu de súbito todo o universo, e que
esta virtude não apenas povoou os santuários e os desertos de uma nova raça,
mas também se espalhou pelo mundo, produzindo, com inesgotável e juvenil
fecundidade, gerações castas. Poucos anos depois do exemplo de Maria, Roma,
segundo expressão de Santo Ambrósio e de Tertuliano, contava já em seu seio
todo um povo de virgens —Plebem pudoris. [...]
“A
Virgem Maria foi a primeira que se consagrou a Deus por um voto de castidade
perpétua.
“Esse
corajoso exemplo produziu, e continua a produzir todos os dias, na Igreja,
Anjos de virtude que se lançam com confiança nesse caminho novo, e que
realizam, palmilhando-o, o prodigio das paixões extintas, das inteligências
esclarecidas, das fraquezas vencidas e das vontades divinamente inabaláveis. É
à virtude da castidade da qual a Virgem Maria é o primeiro modelo, que o
cristianismo deve seus mais belos triunfos e suas mais esplêndidas vitórias” 1
Castidade contra-revolucionária e
misericordiosa
À luz
dos princípios de “Revolução e Contra-Revolução “, o Prof. Plinio Corrêa de
Oliveira traça-nos este elogio d’Aquela que é o Agasalho da castidade.
“A
sensualidade é, juntamente com o orgulho, uma das molas propulsoras da
Revolução. Em sentido oposto, Nossa Senhora, Rainha e Arquétipo dos
contra-revolucionários, praticou as virtudes da humildade e da castidade em
grau inimaginável.
“O que
dizer da pureza d’Aquela que foi imaculada desde o primeiro instante de seu
ser? D’Ela brota para toda a Humanidade, como de uma fonte inexaurível, a
virtude da castidade. E porque incomparavelmente pura, Ela é, mais do que
ninguém, a protetora dos fracos, o socorro dos que se debatem nas tentações da
carne. Engano seria pensar que, por ser Ela castíssima, Nossa Senhora tem
invencível horror aos impuros. Ela tem, sem dúvida, aversão ao pecado de
impureza, mas se compadece daquele que o comete, e deseja a emenda e a salvação
deste infeliz.
“Ela
está pronta a se inclinar sobre o mais miserável dos homens, e lhe dizer: «Meu
filho, em que pântano caíste?! Entretanto, continuo sendo tua Mãe, e por isso me
curvo até ti, por mais baixo que tenhas caído. Até aos extremos de tua fraqueza
chega minha misericórdia, disposta a te salvar»” 2
1)
THIÉBAUD. Les Litanies de La Sainte Vierge expliquées et commentées. 3. ed.
Paris: Jacques Lecoffre, 1864. Vol. I. p. 264-265.
2)
CORREA DE OLIVEIRA, Plinio. Conferências em 26/5/1972; 12/7/1991 e 25/9/1990. (Arquivo
pessoal). 227