domingo, 16 de setembro de 2012

A devoção a Maria


A devoção a Maria não é um simples ornamento do Catolicismo, nem mesmo um socorro entre muitos outros, que podemos usar ou não, a nosso critério. É uma parte integrante da Religião. Deus quis vir a nós por meio de Maria, e só por meio d’Ela podemos ir a Ele.

Termômetro espiritual e garantia da salvação

Assim como, para certificar-se da vida de uma pessoa, o médico perscruta as batidas de seu coração, nós, para sabermos se uma alma é virtuosa, se ela vive da vida cristã, averiguamos se o culto à Santa Virgem das Virgens lhe é indiferente ou agradável.

Sim, a devoção a Maria é como um termômetro espiritual que marca — se assim podemos dizer — a temperatura de nossa alma, que revela suas disposições secretas. Se as práticas desta devoção nos agradam, podemos estar tranquilos quanto ao estado de nossa alma. Mas se sentimos que há frieza entre nós e a Santíssima Virgem, se abandonamos os atos de culto a Ela, se negligenciamos as orações cotidianas, se alegamos falta de tempo para recitar o Rosário, tenhamos cuidado: nossa virtude diminuiu, a fé de nossa Primeira Comunhão esvaiu-se, estamos no caminho que nos afasta de Deus!

Compreende-se, pois, a necessidade de insistir neste tema, de estimular a piedade e a devoção a Nossa Senhora. Para nós, esta devoção é uma garantia de salvação!

Como assim? É que, se amamos a Virgem Maria, trabalharemos para nos assemelhar a Ela. Somos irresistivelmente levados a imitar as pessoas que nos são simpáticas: quereríamos pensar, falar, viver como elas. Oh! Que preciosa segurança para nosso futuro se amarmos a Santíssima Virgem a ponto de querermos ser imagens vivas d’Ela na Terra! Como Ela, evitaremos tudo quanto desagrada a Deus e tudo quanto causaria prejuízo a nossas almas; como Ela, faremos todo bem, cumpriremos nosso dever, praticaremos a virtude. Com isso, podemos ter confiança.

Traduzido, com adaptações, de “L’Ami du Clergé”, 6/11/1902, p.862