sábado, 18 de fevereiro de 2012

Oração da confiança filial

Acontece que, quanto mais uma prece incute confiança, tanto mais ela tem condições de ser ouvida pelo Céu. E o pecador, de si, não tem nenhum título para ser acolhido. Porém, se confia, apesar dos seus pecados, sua atitude adquire mérito, pois é duro confiar quando se ofendeu a Deus. Esse ato difícil o faltoso realiza. E assim, essa oração não é a do pecador que se arrependeu e se converteu, mas daquele que se sabe um pulha, um nada, sem nenhuma qualidade que agrade a Nossa Senhora, senão sua confiança.
Diz ele a Maria Santíssima: “Vós me favorecestes e me amastes tanto outrora, não tendes saudades desse tempo? Minha Mãe, se tenho saudades, será que Vós não tendes também?”
Imagine-se uma mãe que expulsou seu filho de casa, por grave e justo motivo. Certo dia, andando pela rua, ela se encontra com o rapaz. Procura manter uma fisionomia severa, condigna com a situação imposta pelos fatos. Contudo, se o filho lhe disser: “Mamãe, mereci ser expulso, mas que saudades tenho de vossa casa!”, qual será o efeito disso no coração materno?
Por mais que ela deseje manter a cara amarrada e séria, a misericórdia fala mais alto e a inclina para a clemência. A fim de que esse movimento seja completo, o filho pergunta: “Será que vós, vendo minhas saudades, não tendes também saudades do meu afeto?”
Isso é muito psicológico e cogente. É a súplica esperançada do desesperado.