sexta-feira, 28 de outubro de 2011

A Onipotência Suplicante, alegria de nossas almas

Compreendamos, portanto, como é absolutamente de primeira importância termos devoção a Nossa Senhora. Deus é tão perfeito, é tão supremo, nós somos tão zeros, que era necessário uma ligação entre Ele e nós. Esse elo é Nossa Senhora.
Com efeito, mediante a Encarnação do Verbo no seio puríssimo de Maria, o Padre Eterno, por um ato de sua infinita bondade, criou os vínculos que O ataram ao gênero humano. E Nossa Senhora, tornando-se Mãe d’Ele, passou a ser também a Mãe espiritual de todos os homens.
Em vista disto, quando Ela pede a seu Divino Filho por nós, é como uma mãe que intercede junto a um filho em benefício de outro irmão deste. É impossível não atendê-la. Por isso os teólogos atribuem a Nossa Senhora o título de “Onipotência suplicante”. Em virtude de suas insondáveis perfeições, Ela é sempre ouvida por Deus em suas preces a nosso favor, e d’Ele nos obtém aquilo que, por nós mesmos, não mereceríamos.
Um exemplo pode ilustrar esta verdade. Imagine-se uma mãe que tenha dois filhos: um, reto e probo, exerce a função de juiz; o outro é simplesmente um criminoso, ao qual o irmão deste deve julgar. Que acontece, então?
A mãe se dirige ao filho magistrado e lhe diz: “Meu filho, sei que tu és juiz e que a ti cabe aplicar a justiça. Os defeitos de teu irmão são tais que exigem a pena de morte. Na verdade, porém, tu, ó juiz, me deves igualmente a vida. Poupa a desse homem que merece a pena capital, em atenção aos rogos daquela que te gerou!”
Que filho recusaria tão extremosa súplica?
Pois bem, semelhante a esta intercessão é a de Maria em favor da humanidade pecadora. E, havendo nascido d’Ela, Nosso Senhor Jesus Cristo, Lhe concede tudo o que o melhor dos filhos pode dar à melhor das mães. Tal é o valor da impetração de Nossa Senhora que, segundo o ensinamento da teologia, todas as orações de todas as criaturas devem ser apresentadas por Ela a seu adorável Filho, porque assim o dispôs a vontade divina. De maneira que — dizem os doutores — se todos os Anjos e Santos que há no Céu pedissem algo a Deus que não fosse por meio de Nossa Senhora, Ele não atenderia. Mas se Nossa Senhora, sozinha, pedir, Ela é ouvida.
Essa é a Mãe de uma doçura insondável, de uma compaixão que não conhece limites.
Assim, uma vez mais, compreendemos a importância da devoção a Nossa Senhora. Como seria soturna a nossa vida de católicos, se não existisse esse vínculo com a Santíssima Virgem! E como é leve essa devoção, como é a alegria de nossas almas, como é cheia de esperança, de perdão e de afeto materno, essa contínua assistência de Nossa Senhora!