Nossa Senhora das Graças é quem
obtém todas as graças, mesmo aquelas que não temos o direito de receber, nem de
pedir; que pareceria um absurdo atrevermo-nos a pedir. Mesmo essas graças,
devemos pedir com confiança, porque a bondade d’Ela é tão superlativa, tão
alta, tão grande, que é maior do que o abismo de nossos pecados. E Ela atende
com misericórdia, com doçura, com bondade. Assim, na capela, junto ao Filho
d'Ela podemos dizer:
Minha Mãe, presente está vosso
Filho aqui, presente como estava na Galileia, absolutamente. Onde Ele estava,
ou Vós estáveis, ou estava vosso Coração; mas Vós não vos separáveis d'Ele
nunca. Vós deveis estar aqui. Eu vos rogo: pedi a Ele que veio morar aqui, que
veio passar aqui tempos enormes, mais ainda do que em casa de Marta, Maria e
Lázaro, pedi a ele que nos obtenha tal favor, tal outro, tal outro...
Eu, minha Mãe, o que venho Vos apresentar como
razão para ser atendido? E' que não valho nada! Porque não valho nada, ou valho
muito pouca coisa; tão pouca coisa que aos olhos de vossa perfeição insondável
eu sou como nada. Mas... Vós sois a Mãe da Divina Graça até para o fariseu que
Vos perseguia.
Respeitosamente Vos digo:
perseguir, eu não Vos persigo; e às vezes até Vos defendo. Permiti, minha Mãe,
que eu Vos diga bem baixinho, mas às vezes não tenho coragem de Vos defender...
Eu me calo, fujo, mas não vos ataco. São Paulo Vos atacou, e foi tão bem aquinhoado!
Que título miserável e pequeno eu tenho para Vos pedir misericórdia! Está aqui.
Fazei dele alguma coisa a meu favor.
Plinio
Correa de Oliveira – Extraído de uma conversa 27/11/88