segunda-feira, 16 de novembro de 2015

O homem se tornou rico pela pobreza do Filho de Deus

Continuação dos comentários ao Pequeno Ofício de Nossa Senhora
E o grande Santo Ambrósio, também contemplando o sublime mistério da Encarnação, traçou este eloquente paralelo entre a humilhação do Verbo e a exaltação do homem:
“[O Filho de Deus] se fez pequeno, foi menino, para que tu possas ser varão perfeito; Ele foi envolto em faixas, para que tu possas ser desligado dos laços da morte; Ele foi reclinado num presépio, para que tu possas ser colocado nos altares; Ele foi posto na terra, para que tu possas estar entre as estrelas; Ele não teve lugar na estalagem, para que tu tenhas muitas mansões nos Céus (Jo. XIV, 2). «Ele, sendo rico, fez-se pobre por vosso amor a fim de que vós fôsseis ricos pela sua pobreza» (II Cor. VIII, 9). Logo, meu patrimônio é aquela pobreza, e a debilidade do Senhor, minha fortaleza. Preferiu Ele para si a indigência, a fim de ser pródigo para todos” “.
Podemos, pois, concluir com Santo Agostinho:
“[No mistério da Encarnação se verificou uma] singular elevação do homem, realizada de maneira inefável pelo Verbo Divino, para que Jesus Cristo fosse chamado, a um tempo, verdadeira e propriamente Filho de Deus e Filho do homem. [...]

‘Assim foi predestinada aquela humana natureza a tão grandiosa, excelsa e sublime dignidade, não sendo possível uma maior elevação da mesma; como também a divindade não pôde descer nem se humilhar mais por nós, do que tomando nossa natureza, com todas as suas debilidades, até à morte de Cruz” 12