Continuação dos comentários ao Pequeno Ofício de Nossa Senhora
Objeto das eternas complacências
de Deus
Ao Pe.
Jourdain devemos uma sábia e abundante interpretação do louvor em epígrafe.
Ouçamos esse ilustre comentarista:
“O
texto sagrado nos mostra em Raquel uma mulher dotada de rara beleza, bem como
de uma grande amenidade de caráter. Sob este duplo aspecto eia se tornou uma
impressionante imagem da toda bela e amável Virgem. [...]
“Jacob
conservou por Raquel um amor cuja ternura jamais se extinguiu. Maria, por sua
vez, foi objeto de eternas complacências e de uma predileção sem exemplo, da
parte de seu Deus.
“Do ventre da Virgem veio ao
mundo o Salvador”
“Porém,
o que há de mais particular nesse paralelo, é que Raquel foi mãe de José,
notável representação do Redentor. Maria, mais feliz que Raquel, foi mãe do
verdadeiro José. [...]
“O
santo Evangelho (Mt. I, 16) nos ensina que de Maria nasceu Jesus que se chama
Cristo. Jesus é Deus; Jesus é Cristo, segundo o texto de São Mateus; Jesus é o
Criador, uma vez que Ele é o Verbo Encarnado, e que pelo Verbo de Deus todas as
coisas foram feitas.
“Porém,
Jesus é, sobretudo, Jesus, ou seja, Salvador, conforme declarou o próprio
Arcanjo São Gabriel, da parte de Deus, a São José (Mt. I, 20, 21): «José, filho
de David, não temas receber Maria, tua esposa, porquanto o que n ‘Ela foi
concebido é (obra) do Espírito Santo. Ela dará à luz um Filho a quem porás o
nome de Jesus, porque Ele salvará o seu povo dos seus pecados».
“Maria
é, portanto, a Mãe do Salvador e este título acrescenta à sua glória um novo
brilho que enche de encanto os eleitos. Não é ao Salvador e, em consequência, à
sua Mãe, que eles devem a felicidade do Céu?
Continua