Continuação dos comentários ao Pequeno Ofício da Imaculada Conceição
Cidade edificada pelos apóstolos
dos últimos tempos
Finalmente,
é oportuno recordarmos as proféticas palavras do grande São Luís Grignion de
Montfort, nas quais este se refere a Nossa Senhora enquanto sendo a cidade de
Deus:
“No fim
do mundo e em breve, [...] o Altíssimo e sua santa Mãe devem suscitar grandes
Santos, de uma santidade tal que sobrepujarão a maior parte dos Santos, como os
cedros do Líbano se avantajam às pequenas árvores em redor, segundo revelação a
uma santa alma.
“Estas
grandes almas, cheias de graça e de zelo, serão escolhidas em contraposição aos
inimigos de Deus a borbulhar em todos os cantos, e elas serão especialmente
devotas da Santíssima Virgem, esclarecidas por sua luz, alimentadas de seu
leite, conduzidas por seu espírito, sustentadas por seu braço e guardadas sob
sua proteção, de tal modo que combaterão com uma das mãos e edificarão com a
outra (cf. Ne. IV, 17). Com a direita combaterão, derrubarão, esmagarão os hereges
com suas heresias, os cismáticos com seus cismas, os idolatras com suas
idolatrias, e os ímpios com suas impiedades; e com a esquerda edificarão o
templo do verdadeiro Salomão e a cidade mística de Deus, isto é, a Santíssima
Virgem que os Santos Padres chamam o templo de Salomão e a cidade de Deus.
“Por
suas palavras e por seu exemplo, arrastarão todo o mundo à verdadeira devoção e
isto lhes há de atrair inimigos sem conta, mas também vitórias inumeráveis e
glória para o único Deus. É o que Deus revelou a São Vicente Ferrer, grande apóstolo
de seu século, e que se encontra assinalado em uma de suas obras.
“O
mesmo parece ter predito o salmo LVIII (XIV, 15), em que se lê: «E saberão que
Deus reinará sobre Jacob, e até aos confins da Terra; voltarão à tarde, e
padecerão fome como cães, e rodearão a cidade, em busca do que comer». Esta
cidade que os homens encontrarão no fim do mundo para se converterem e saciarem
a sua fome de justiça, é a Santíssima Virgem, que o Espírito Santo denomina cidade
de Deus (SI. LXXXVI, 3)” 1
1) GRIGNION DE MONTFORT, Luís Maria. Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem. 6. ed. Petrópolis: Vozes, 1961. p. 48-50.