sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Rosário

Prece dos fortes e dos batalhadores
O Rosário é a prece dos fortes, é a súplica dos batalhadores, porque é um conjunto de orações de tal eficácia que faz avançar o bem e recuar o mal.
Veja-se, por exemplo, o episódio da conversão dos albigenses. A heresia promovida por estes — que tiram seu nome da cidade de Albi, na França — espalhou-se mais ou menos por toda a Europa.
Durante três dias, sozinho, São Domingos não faz senão rezar e jejuar, suplicando a Nossa Senhora que Ela vencesse a dureza de alma dos albigenses e os incitasse à conversão. Por fim, sem alcançar nenhuma resposta do Céu, ele cai desfalecido, elevando à Santíssima Virgem uma última prece: “Minha Mãe, não tenho mais forças, mas em Vós continuo a confiar. Vós sabereis o que fazer de minhas pobres orações”. E continuava a rezar, enquanto seus lábios pudessem articular alguma palavra.
É nesse momento de extrema angústia que Nossa Senhora lhe aparece e lhe revela, de uma vez, a grandeza e a magnificência do Rosário. Em seguida, encoraja São Domingos à luta contra a heresia. Munido da poderosa arma que lhe confiou a Mãe de Deus, o Santo corre para a Catedral, e começa a pregar. O Céu o prestigia: primeiro, os sinos começam a tocar por mãos de anjo; logo depois, raios e trovões fizeram estremecer o povo ali presente.
Como o temor prepara para o amor! São duas escadas que, juntas, conduzem o homem à união com Deus. Uma, de nobre granito, o temor. Outra, de ouro, o amor.
Desejando a Providência preparar aquelas almas endurecidas para amarem a Deus na palavra inflamada de São Domingos, incutiu-lhes antes o terror da ira divina. Depois, à medida que São Domingos falava, sucedeu o mesmo que quando Nosso Senhor ordenou que a tempestade amainasse. A borrasca cessou, e os ouvintes compreenderam que a palavra daquele homem era poderosa diante de Deus. A Providência lhe conferira o duplo poder de desencadear e de suspender as punições, como lhe dera a força de tomar as almas arrependidas, trêmulas e envergonhadas, e trazê-las para o perdão, para a contrição, para o amor de Deus.
São Domingos, o que pregou? Ele pregou o Rosário.
Segundo a história da Igreja, a partir do momento em que o Rosário começou a se difundir, a heresia albigense foi perdendo terreno, porque sofrera irremediável golpe no que ela tinha de mais vital.
O Rosário representa, assim, magnífica arma de guerra. Dessa forma de guerra tão mais importante, na qual o católico luta pelos interesses da verdadeira Igreja de Deus, pela causa de Nossa Senhora, combate o demônio e os inimigos de sua própria salvação.
A prática do Rosário, portanto, deve ser uma característica do católico de todos os tempos, sobretudo os que vivem neste paganizado século XXI, em que tudo conspira contra a virtude e a Fé. Tão eficaz nos dias de São Domingos, vitorioso contra os albigenses, o Rosário o será ainda mais contra a impiedade neste início de milênio. Pois não há razão alguma para pensar que ele perderá sua força numa época em que ela se faz mais necessária.