segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Rainha dos corações

Tomemos o significado da realeza de Maria vista num ângulo ainda mais acessível à consideração dos homens.
Assim como uma rainha terrena exerce o melhor de seu domínio sobre a parte mais nobre de seu reino, assim também o governo de Nossa Senhora reveste-se de particular excelência quando se trata de seu império sobre o gênero humano, a parcela mais importante de sua universal soberania. E como o que há de mais nobre no homem é a alma, podemos concluir que a plenitude da realeza da Virgem Santíssima se verifica no fato de Ela ser Rainha de nossas almas.
Este maravilhoso predicado mariano foi superiormente exaltado por São Luís Grignion de Montfort, ao invocá-La sob o título de Rainha dos corações. Como coração entende-se, na linguagem das Sagradas Escrituras, a mentalidade do homem, sobretudo sua vontade e seus desígnios, e não a mera sensibilidade, segundo a simbologia moderna.
Assim, Nossa Senhora é Rainha dos corações enquanto tendo um poder sobre a mente e a vontade dos homens. Este império, Maria o exerce, não por uma imposição tirânica, mas pela ação da graça, em virtude da qual Ela pode liberar os homens de seus defeitos e atraí-los, com soberano agrado e particular doçura, para o bem que Ela lhes deseja.
Esse poder de Nossa Senhora sobre as almas nos revela quão admirável é a sua onipotência suplicante, que tudo obtém da misericórdia divina. Ela nos governa com uma tão extrema suavidade que Ele, como Eterno Juiz, acabaria não podendo fazê-lo em igual medida. Tão augusto é este domínio maternal sobre todos os corações, que ele representa incomparavelmente mais do que ser Soberana de todos os mares, de todas as vias terrestres, de todos os astros do céu. Tal é o valor de uma alma, ainda que seja a do último dos homens!