domingo, 15 de maio de 2016

Maria irrompe como benfazeja aurora em nossa vida espiritual

Continuação dos comentários ao Pequeno Ofício de Nossa Senhora
“A natividade de Nossa Senhora nos sugere outro pensamento. O mundo de então estava prostrado no mais radical paganismo. A situação da humanidade, naquele tempo, era parecida com a de nossos dias: todos os vícios imperavam, todas as formas de idolatria tinham dominado a Terra, e a abominação penetrara na própria religião judaica, que era o prenúncio da religião católica. Por toda a parte, o erro e o demônio eram vitoriosos.
“Porém, no momento decretado por Deus em sua misericórdia, Ele derruba a muralha do mal, fazendo nascer Nossa Senhora. E com a vinda d’Ela — que era a raiz de Jessé, da qual nasceria o divino lírio, Nosso Senhor Jesus Cristo — tinha início a destruição do reino do demônio.
“Quantas vezes não se passa algo de semelhante em nossa vida espiritual! Uma alma, de repente, vê-se imersa na luta contra as tentações, contorcendo-se e se revolvendo em dificuldades! Ela não tem ideia de quando virá o bendito dia em que uma grande graça, um insigne favor porá fim a seus tormentos, às suas lutas, e, afinal, lhe proporcionará um grande progresso na prática da virtude.
“É, então, que se verifica um como que nascimento, ou, num sentido especial da palavra, irrupções da Santíssima Virgem em nossa alma. Na noite das maiores provações e das mais espessas trevas, Ela surge e desde logo começa a vencer as dificuldades com que nos defrontávamos. Nesse momento, Ela se levanta também como uma aurora em nossa existência, e passa a representar um papel em nossa vida espiritual, até então desconhecidos por nós.

“Esse pensamento nos deve encher de alegria e de esperança, e nos dar a certeza de que Nossa Senhora nunca nos abandona. Nas horas mais difíceis por que passamos, Ela como que irrompe entre nós, resolve todos os nossos problemas, alivia nossas dores, e nos dá a combatividade e a coragem necessárias para cumprirmos nosso dever até o fim, por mais árduo que este seja. A maior consolação que Ela nos traz é, precisamente, o fortalecer nossa vontade, para empreender a luta contra os inimigos da Civilização Cristã.
Continua