Nossa Senhora
quando recebeu um influxo da graça, um toque da graça no sentido de visitar uma
inferior a Ela, moveu-se com precisão. Devemos tomar esta festa da Visitação de
Nossa Senhora como exemplo e estímulo para nós.
Oh, Maria
Santíssima, Vós vos movestes com tanta precisão, com tanto esmero, com tanto
carinho, com tanto empenho, com tanto fervor, com tanta agilidade, com tanta
pressa, para chegar a cumprir a vontade de Deus que lhe foi insinuada segundo
diz a liturgia de hoje, Senhora, nós não podemos chamar de insinuação aquilo
que Vós pusestes em nossa alma.
Senhora,
dai-nos a graça de sermos tal qual Vós fostes naqueles dias. Que sempre sejam
os dias que nós partamos de onde estamos para obedecer a este chamado. Que
tenhamos uma noção clara deste chamado, como Vós tínheis uma noção clara de
quanto devíeis cumprir com o desígnio de Deus visitando vossa prima.
Senhora,
ponde-nos a caminho como Vós vos pusestes a caminho. Tomai conta de nosso ser e
fazei com que nós cumpramos os nossos deveres, os Vossos desígnios e as nossas
obrigações com o mesmo empenho, com a mesma perfeição com que Vós aceitastes
esta insinuação de Deus.
Senhora,
conosco, por favor, não nos insinuais; sempre digais tudo com toda clareza. Nós
somos tão ruins, tão miseráveis, tão débeis, que não basta que Vós digais com
toda clareza; é preciso que se nós recalcitramos, é preciso que Vós nos colhais
pelo braço, pelos ombros, pelos cabelos [e], ser for preciso, pelas orelhas,
mas que nos leveis a cumprir inteiramente esse desígnio que é Vosso, esse
desígnio que é de Deus.
Senhora, uma
palavra: que no momento em que nós tivermos, aí sim, de nos encontrarmos
Convosco, não mais numa visita aqui na Terra, mas numa visita eterna no Céu;
Senhora, que Vós possais dizer a nosso respeito o que Deus disse a Vosso
respeito quando Vos encontrou. E que Vós, olhando para nós, possais dizer: “Meu
filho, minha filha, eu lhe recebo nesta eternidade com o contentamento de ver
que você foi inteiramente fiel as mínimas insinuações da graça!”
Mons
João Clá Dias - Extraído da homilia de 31/05/2008