quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Elevada como o sol

Encarnando-se nas castíssimas entranhas de Nossa Senhora, e d’Ela nascendo, o Verbo eterno A elevou como o sol, acima de todos os Anjos e Santos.
“A grandeza de Jesus reflete sobre Maria todos os seus raios. Pois é sempre verdade que, assim como a honra e a glória dos pais se refletem sobre seus filhos, também a honra e a glória dos filhos se refletem sobre seus pais.[. ..]
“O panegirista de Filipe da Macedônia, pai de Alexandre Magno, chegado ao ponto mais alto de seu discurso, disse: «Bastaria dizer para tua glória que tiveste por filho Alexandre». Outro tanto, e ainda com maior razão, podemos dizer de Maria: Bastaria dizer para vossa glória que tivestes por filho, Jesus.
“Pode-se, porventura, imaginar uma glória mais alta? É, com efeito, uma dignidade tão admirável que o próprio Deus, não obstante sua onipotência, não poderia criar outra mais sublime do que esta. Para que, de fato, possa haver uma mãe maior e mais perfeita do que Maria, seria necessário que existisse um filho maior e mais perfeito do que Jesus, coisa impossível, pois não pode haver nada de maior do que Deus. Não somente Maria se acha, de fato, logo depois de Deus na escala da grandeza, mas sua união com Ele é tão estreita, que não há mais lugar para outra criatura, inferior a Deus e superior a Maria.
“Com a divina maternidade, Deus concedeu à criatura tudo que a essa pode ser concedido, depois da união hipostática. Maria é a obra-prima do Onipotente. Por isto se pode dizer que os Santos Padres e os Doutores da Igreja esgotaram o vocabulário, exaltando Maria.
‘É um São Tomás de Aquino que diz: «Maria, pelo fato de ser Mãe de Deus, possui uma dignidade infinita, devido a suas relações com Deus, que é o bem infinito; sob este aspecto, não é possível haver nada de melhor, como não é possível achar-se coisa alguma que seja melhor do que o próprio Deus» (Suma, I, q. 25, a. 6, ad 6).
“É um Conrado da Saxônia quem escreve: «Ser Mãe de Deus é uma graça tal, que Deus não pode conceder outra maior. Poderia criar um mundo e um céu maiores, porém fazer uma mãe maior do que a Mãe de Deus é, mesmo para Ele, coisa impossível» (Speculum B. M. 14, 1. 10).
“É um São Tomás de Villanueva, insigne teólogo e ilustre pregador, quem afirma: «Ainda que as estrelas do céu se convertessem em línguas e as areias do mar se transformassem em palavras, nunca se chegaria a exprimir completamente a dignidade de Maria» (Concio 5 infesto Assuinptionis B.M. 14).
“É um Fr. Monsabré que escreve: «A Igreja Católica com todas as suas homenagens, com todos os seus templos, com todos seus altares, com todas suas estátuas, com todos os seus incensos, com todos os seus panegíricos, com todos os seus cânticos, com todas as suas flores, com todas as suas festas, com todo o seu respeito, com toda a sua confiança, veneração e amor; não elevou tão alto a Virgem, como o fez o Evangelho, com aquelas palavras tão breves e simples, mas tão ricas e eloquentes: Maria, da qual nasceu Jesus que se chama Cristo» (30ª conf, de Notre-Dame). [...]
“Foram tantos e tão preciosos os dons de natureza, de graça e de glória concedidos pela augustíssima Trindade à Virgem Santa, que todas as belezas da natureza, todas as riquezas da graça, todos os esplendores da glória, não bastam para nos dar uma ideia exata da grandeza da Mãe de Deus.”

ROSCHINI, Gabriel. Instruções Marianas. São Paulo: Paulinas, 1960. p. 49-51.