domingo, 18 de janeiro de 2015

Bem não éreis concebida, em caridade abrasada

Continuação dos comentários ao Pequeno Ofício da Imaculada
Bem não ereís concebida, em caridade abrasada
Na Imaculada Conceição, perfeito amor a Deus
“Qual dos Santos poderia dizer que amou a Deus desde o primeiro instante de sua existência?
“Maria Santíssima, porém, amou a Deus desde sua Imaculada Conceição. Dotada, a partir desse momento, do uso da razão, desde então louvou de todo coração a bondade e a grandeza de Deus. Portanto, no curso de toda sua vida, não só não houve nunca espécie alguma de arrefecimento, mas houve um crescer contínuo do amor, até o último instante de sua existência terrena” 14
O mesmo ensina São João Eudes, segundo o qual Nossa Senhora, desde o primeiro instante de sua Imaculada Conceição, “começou a adorar, louvar, glorificar e amar a Deus com toda sua alma e com todas suas forças, e conforme à quantidade de graça que n’Ela havia. Por cuja razão se pode dizer com toda verdade que, como esta graça excedia à dos principais Anjos e maiores Santos, Ela adorou também a Deus mais perfeitamente, louvo-O e O glorificou mais dignamente, e O amou mais ardentemente no primeiro instante de sua vida, do que o fizeram os grandes Santos no fim de seus dias. [...]
Ardorosa caridade para com os homens
“Por outro lado, tendo-A escolhido o Padre Eterno, desde momento de sua concepção, para comunicar a Ela sua divina paternidade, e para fazê-La Mãe de seu Filho Jesus e de todos os demais filhos, começou por torná-La, desde então, partícipe de seu paternal amor a seu amado Filho e a todos nós. De sorte que, ainda quando não soubesse que havia de ser Mãe do Filho de Deus e de todos os cristãos, conhecendo, sem embargo, que Ele havia de se encarnar e ser Pai de um grande número de filhos: o Pai dos séculos futuros, o coração de Maria se abrasava de ardentíssimo amor a Ele e se inflamava em imensa caridade para com seus filhos: caridade proporcionada à dignidade infinita de Mãe de Deus, e, em consequência, de certa maneira, infinita” .
14) ROSCHINI, Gabriel. Instruções Marianas. São Paulo: Paulinas, 1960. p. 165.