segunda-feira, 28 de julho de 2014

Maria, terra Vós sois, bendita e sacerdotal


Continuação dos comentários ao Pequeno Oficio de Nossa Senhora
Formadora do coração sacerdotal do Divino Redentor
Outro eminente mariólogo contemporâneo, Fr. Armando Bandera, O. P., considera o papel de Maria Santíssima na “formação do coração sacerdotal de Nosso Senhor Jesus Cristo”. Concluindo seu criterioso estudo, escreve o douto dominicano: “A Virgem cumpre sua função educadora enquanto Mãe de Cristo e precisamente por ser sua Mãe. Esta ação maternal penetra no próprio núcleo da Redenção, uma vez que toca no aspecto primário desta, que é o de sacrifício. Portanto, para compreender o conteúdo do sacrifício de Cristo, é necessário relacioná-lo com a Virgem. Cristo imolou um «coração» que havia sido formado pela Virgem, e que aceitou, também no momento supremo, todo o influxo d’Ela recebido, para convertê-lo em fonte de salvação.
“Se, ao estudar o mistério da Redenção, prescinde-se da Virgem, mutila-se o conteúdo da obra do próprio Cristo. [...] A influência salvífica da Virgem não só não entra em colisão com Cristo, como nos é transmitida sobretudo através de seu sacrifício, pelo que este não pode ser aceito com plenitude, se alguém o desliga dos vínculos que tem com a Virgem Maria”
Poder incomparavelmente superior ao do sacerdote
Assim, vem a propósito este ardoroso comentário do Pe. Júlio- Maria, Missionário de Nossa Senhora do Santíssimo Sacramento:
“Sem dúvida, a Virgem não possui o poder de consagrar. Mas, considerando-se tudo, a consagração não dá a Jesus um ser novo, uma natureza nova; torna-O somente presente sob as espécies do pão e do vinho, nesta maneira própria à Eucaristia, que se chama o estado sacramental; enquanto que Maria deu ao Verbo seu ser humano, uma outra natureza, sem a qual não haveria nem Sacramento, nem sacrifício. Nossa Senhora, por sua palavra, por seu fiat, produziu-O em seu seio, sobre o altar íntimo de seu coração. Ela O produziu de sua própria substância, de seu próprio sangue; revestiu seu Filho com esta carne sagrada, destinada ao sacrifício por Deus que a devia aceitar, e graças à qual, providenciada a Vítima que Lhe faltava, nosso Pontífice pôde exercer seu sacerdócio.

“Poder maravilhoso, divino, incomparavelmente superior ao sacerdote, pois que é mil vezes mais prodigioso, na ordem do sacrifício, o formar a vítima e fornecê-la ao mundo, do que torná-la simplesmente presente pela consagração do pão e do vinho”