Continuação dos comentários ao Pequeno Oficio de Nossa Senhora
Terra imaculada, da qual se
formou o novo Adão
E o
Prof. Plinio Corrêa de Oliveira assim comenta:
“Segundo
São Luís Grignion de Montfort, Nossa Senhora, o Paraíso Terrestre do
Homem-Deus, é constituído «de uma terra virgem e imaculada, da qual se formou e
nutriu o novo Adão, sem a menor mancha ou nódoa, por operação do Espírito Santo
que aí habita» 1
“E uma
linda comparação. Assim como Deus formou o primeiro homem a partir da terra
virgem, ainda livre das maldições que sobre ela caíram com o pecado original, também
o novo Adão foi formado, por obra do Espírito Santo, de uma terra imaculada,
que é a carne virginal de Nossa Senhora” 2
… E sacerdotal
Terra
sacerdotal da Santíssima Trindade
“Maria
é a terra sacerdotal do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Essa terra sempre
foi e para sempre será livre de todo pecado.
“Deus
Pai disse a seu Filho, como Jacob a José (Gen. XLVIII, 2 1-22): «Eu te dou
aquela parte [de meus bens], que ganhei da mão dos amorreus, com a espada e com
o meu arco» — o que exprime a santificação de Maria.
“Quando
os descendentes de José entrassem na terra prometida, este, na pessoa de seus
netos, teria sua parte como os outros filhos de Jacob. Existe, porém, uma
parcela dos bens do Patriarca que lhe preciosa entre todas, a qual ele concede
a José, muito antes de que chegasse o momento de se apropriar do resto.
“José
representa, aqui, Jesus Cristo Nosso Senhor; e a porção preciosa por excelência
da herança de Jacob, que lhe foi concedida com tantos séculos de antecedência,
é Maria. Ela Lhe pertence, e nenhum outro senão Ele pode pretender qualquer
direito sobre essa augusta criatura. Para possuí-La, o Padre Eterno empregou o
poder de seu braço: «que ganhei da mão dos amorreus, com a espada e com o meu arco»”
3
1) GRIGNION DE MONTFORT,
Luís Maria. Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem, 6. ed. Petrópolis:
Vozes, 1961. p. 246.
2) CORRÊA DE OLIVEIRA,
Plinio. Conferência em 5/6/1972. (Arquivo pessoal).
3) JOURDAIN, Z.-C. Somme des Grandeurs de Marie. Paris: Hippolyte Walzer,
1900. Vol. I. p. 455-456.