Quando
Santo Edmundo de Cantuária atingiu os últimos dias de sua adolescência, resolveu
ele se consagrar a Deus pelo voto de castidade perpétua. Contudo, antes de
abraçar tão elevado desígnio, o jovem estudante quis tomar conselho de um homem
de Deus.
“— Se
desejais, disse-lhe seu santo diretor, vencer os ataques das tentações, e vos preservar
de toda mancha, consagrai-vos à Mãe de misericórdia, e uni-vos a Ela por
eternos compromissos. Vossa perseverança no amá-La e servi-La, será para vós um
penhor de inocência e de salvação”.
“Enternecido
e consolado, Edmundo se dirigiu ao altar da divina Rainha das virgens e depositou
aos pés de sua imagem dois anéis, ao redor dos quais ele fizera gravar a
saudação angélica. Depois disso, ajoelhou-se e pronunciou o voto de castidade
perpétua. Em seguida, tomou um dos dois anéis, e, como testemunho de seus juramentos
e de inviolável aliança, colocou-o no dedo da santa imagem. Ele guardou o outro
para si, enfiando-o no seu dedo...
“Esse
anel se tornou sagrado para o santo jovem, que o quis conservar até à morte,
como sinal de sua indissolúvel união com a Rainha das virgens.
“Elevado,
mais tarde, à sede de Cantuária, não quis ele outro anel pontifical, e, após
sua morte, encontram este ainda em seu dedo. A imagem que tinha sido testemunha
de seus castos compromissos, a partir de então foi sempre com servada como
preciosa relíquia.”
BERLIOUX.
Mois de Marie. 114. ed. Arras: Brunet, 1875. p. 234-235.