quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Nossa Senhora do Ó ou da Expectação

Em 18 de dezembro inicia-se a  última semana do Advento,  denominada  pela  Igreja  de  “semana da expectação”, já com as  vistas postas na festa do Natal. Durante esse período, a Esposa Mística de Cristo imagina o júbilo e a esperança da Santíssima Virgem diante do fato de que o Messias haveria  de nascer, e Ela veria por fim a face  bendita do Filho que estava gerando  em seu imaculado seio.
Novos esplendores conhecidos pela divina Mãe
Há anos Nossa Senhora vinha suplicando  a  Deus  que  apressasse  a  chegada do Redentor e, sendo sua  oração  insondavelmente  agradável ao Padre Eterno, d’Ele tudo alcançando, foi atendida nos seus rogos, e a Segunda Pessoa da Santíssima Trindade afinal tomaria nossa  natureza e habitaria entre nós. Maria foi convidada a ser a Mãe do Verbo, aceitou e gerou em seu claustro  virginal o Filho do Altíssimo.
Ao longo dos nove meses de gestação, ia Ela concebendo a fisionomia adorável que Ele teria, e ao contemplar a face do Menino já nascido  conhecerá um esplendor novo, uma  maravilha  nova a respeito da  alma  e da personalidade d’Ele. Verá chegar a redenção para a humanidade e  o triunfo da glória de Deus sobre um  estado  de  coisas  marcado,  durante  milênios, pelo pecado original e pela influência do demônio.
Numa palavra, a Santíssima Virgem sente aproximar-se o reino de  Nosso  Senhor  Jesus  Cristo,  restando apenas uma semana para que, pelo nascimento do Salvador, o império de Satanás sofra um golpe mortal  e comece a derrocar.
A expectativa de todos os séculos posta na véspera do Natal
Tal conjuntura cumula de esperança a alma da Mãe de Deus, e por isso  Ela é chamada, nesse período, Nossa Senhora da Expectação, ou Nossa Senhora da Esperança, ou ainda  Nossa Senhora do Ó.
Esta última invocação se explica  pelo fato de que, em cada um desses sete dias, a Igreja canta no Ofício Divino uma antífona que começa pela exclamação “Ó”. Exprimem elas as alegrias  de Nossa Senhora ao perceber dentro de si o Corpo de Jesus já completo, seus primeiros movimentos, e  a ideia de que Ele ali orava ao Pai,  como de dentro do mais prodigioso  dos sacrários, assim como o Santíssimo Sacramento, hoje, reza no interior dos tabernáculos nos altares de  todo o mundo.
O intenso desejo de Nossa Senhora de dar à luz o Verbo Encarnado  continha e sublimava os anseios de  todos os profetas do Antigo Testamento por Aquele que, afinal, viesse redimir o gênero humano, esmagar o cetro de fumaça do demônio  e apagar, pelo sacramento do Batismo por Ele instituído, a mancha original  herdada  de  nossos  primeiros  pais. De fato, as exclamações “vinde, ó Emanuel! Ó Rei das nações!”,  etc., expressam os pedidos de Adão o  qual,  após  a  queda,  recebeu  de  Deus a promessa do Salvador, e ele  viveu e morreu com essa esperança.  Viveu e morreu na alegria penitencial de ser o antepassado do Redentor que, agora, achava-se no claustro  imaculado de Maria Virgem.
Portanto,  todas  as  expectativas  de todos os séculos se concentravam  nesses dias e nesses momentos que  antecediam de tão perto o Natal.
Continua no próximo post.