quinta-feira, 31 de maio de 2012

Visitação de Nossa Senhora à sua prima Santa Isabel



Após haver recebido a excelsa comunicação de que seria a Mãe do Salvador, Nossa Senhora apressou-se em partir ao encontro de Santa Isabel, nas montanhas da Judéia. Ao chegar, exaltada por sua prima e profundamente reconhecida pelo ápice de dons com que fora galardoada, Maria entoou seu imortal Magnificat.

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Consagração a Jesus Sacramentado por meio de Maria

Mãe do Verbo Encarnado, Virgem Imaculada, Tabernáculo vivo da Eterna Sabedoria, Nossa Senhora do Santíssimo Sacramento, peço humildemente que sejas para sempre minha Rainha e minha Mãe; coloco-me sob Tua especial proteção e sob Tua direção. Consagro-me a Jesus no Santíssimo Sacramento por Tua intermediação.
Busco e uno-me a Ti, porque preciso do amor, do auxílio, do exemplo e da Tua graça; sei que quanto mais amar e Te dedicar o serviço, tanto mais amarei e servirei fielmente Jesus; minha Mãe e modelo dos adoradores, só Tu podes me ensinar como servir a Eucaristia com amor e perfeição.
Maria! Nossa Senhora do Santíssimo Sacramento! Apresenta-me ao Filho, para que eu seja servo e perpétuo adorador, dedicado ao serviço da glorificação da Real Presença Eucarística. Apresenta a Jesus meu espírito, coração e corpo, todo o meu ser, para que de agora em diante eu pertença inteiramente a Cristo, no tempo e na eternidade.
Nossa Senhora do Santíssimo Sacramento, Mãe e modelo dos adoradores, roga por nós que recorremos a Ti. Amém.
(Extraída do livro Nossa Senhora do Santíssimo Sacramento – Um mês com Maria. São Paulo: Factash Editora, 2008.)

terça-feira, 29 de maio de 2012

Como orar pela conversão de alguém

Quando oramos pela conversão de alguém, nada melhor do que pedir a Maria Santíssima falar-lhe palavras ricas em dons celestiais, como fez com São João Batista. A esse propósito, cumpre nos lembrarmos de que não se consegue a conversão ou o afervoramento de uma pessoa apenas pelos raciocínios a ela apresentados. Seria bazófia presumir: “Dei-lhe um argumento poderoso e a converti”. Diferente deve ser nossa afirmação: “Dei-lhe um forte argumento, e Deus a fecundou com sua graça de tal maneira que ela mudou de vida”.
Quer dizer, a conversão é produto da graça divina, e os argumentos que eventualmente saibamos aplicar não passam de simples veículo ou ocasião para que ela atue numa alma. Assim, devemos desejar que em nossa voz jamais entrem acentos meramente humanos, e sim que Nossa Senhora fale por nós, pois só através d’Ela se obtém a graça de Deus.
É também oportuno salientar que os efeitos das palavras de Maria formando um justo, fazendo-o estremecer desde o ventre materno — por lhe ter sido apagada a mancha original —, devem ser um incentivo para confiarmos n’Ela quanto ao êxito de nosso apostolado.

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Pedir por meio de Nossa Senhora

Não convém e nem será próprio do devoto de Maria Santíssima, meditar nos lances da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo, abstraindo da figura co-redentora de sua Mãe.
E ao invocarmos as chagas do Salvador como a cura de nossos pecados, é preciso lembrar que tal impetração passa pelos rogos da Medianeira de todas as graças. Dispensadora, por vontade divina, de todos os dons celestiais, os méritos dessas chagas como que foram todos entregues a Ela, para deles dispor em benefício dos homens. Em certo sentido, Ela é, pois, a dona dessas chagas. Aliás, as imagens de Nossa Senhora da Piedade — inclusive a famosa Pietà de Michelangelo —, que representam Jesus morto no colo de Maria, exprimem muito bem a ideia desse augusto senhorio: a Mãe é a dona daquele cadáver e, portanto, de todos os méritos infinitos que aquele Homem inanimado em seus braços conquistou para nós. Tudo nos vem através d’Ela, e por mais extraordinário que seja o valor dessas chagas, sem a intercessão de Maria nada obteremos.
Peçamos, então, o patrocínio de Nossa Senhora das Dores, a invocação propícia para essas súplicas. É a figura da Santíssima Virgem que traz seu próprio coração chagado e ferido pela consideração dos padecimentos do Filho. Nunca a alma de uma mãe carregou chaga semelhante à que feriu o coração de Maria, tomado por imensurável tristeza durante a Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo. Esse Imaculado Coração transpassado pela espada da dor é a porta por onde atingimos as chagas de Jesus. Rezemos a Nossa Senhora, do fundo de nossa alma, confiantes e humildes, na certeza de que Ela alcançará em nosso favor a aplicação dos méritos infinitos dos sofrimentos redentores de seu Divino Filho.

domingo, 27 de maio de 2012

A grande Catedral de Deus

Nossa Senhora é o jardim, o palácio, a grande catedral de Deus, inteiramente perfeita, dotada com tais graus de insondável beleza que nos é impossível sequer imaginar. Alguém que tivesse do universo criado um conhecimento pleno, mas não conhecesse a Virgem Santíssima, seria pouco mais que nada em comparação daquele que ignorasse tudo a respeito da natureza, mas conhecesse a excelsa figura de Maria. De tal maneira a Mãe de Deus é superior a tudo, e sua alma, paradisíaca, repleta de acordes de uma sinfonia celestial.

sábado, 26 de maio de 2012

Nossa Senhora de Fátima - missão




Aos pastorinhos Jacinta e Francisco, Nossa Senhora destinou a missão de sofrer pela salvação dos pecadores. O exemplo de suas vidas nos faz compreender como o apostolado do sofrimento é verdadeiramente insubstituível. Todas as grandes obras de Deus, máxime as que tratam da salvação das almas, em geral se fazem com a participação de outras almas que lutaram, sofreram e rezaram para que essas obras de fato se realizassem. Sempre é preciso a participação do sofrimento humano. Sem ele, nada de grande se faz.

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Nossa Senhora do “Grand Retour”

No auge das aflições e angústias provocadas pela Segunda Guerra Mundial, a Virgem Maria transmite à França uma mensagem de amor e confiança que se estende a toda a humanidade.

Em 1943, padecia o mundo as horríveis consequências da guerra mundial. Na França invadida e humilhada, milhares de famílias sofriam a angústia de ter um parente morto, prisioneiro ou desaparecido. Cabisbaixos, os franceses viam as tropas estrangeiras marcharem ufanas por suas cidades semidestruídas pelos bombardeios inimigos. Aflição e amargura imperavam nos espíritos.
Porém, em meio a tanta desolação, surge inesperadamente no horizonte um rastro luminoso de esperança. Uma após outra, várias cidades começam a engalanar-se como para uma grande festa: nas casas, pendem das janelas tapeçarias e arranjos florais de variadas cores. Graciosas guirlandas sustentadas por postes são erguidas nas ruas, sem falar nas inumeráveis bandeiras de cores branca e azul que tremulam, parecendo obedecer ao ritmo da música executada pela fanfarra local. As costureiras aprontam apressadamente os últimos detalhes das roupas de cerimônia das crianças. Nesses preparativos gerais, nem mesmo os homens ficam à margem: combinam entre si de trazer do bosque pitorescos arbustos para adornar os cantos das ruas.
Regozijo e expectativa reinam em muitas cidades francesas, pressagiando algo de grandioso... Mas, não nos esqueçamos, isto se passa durante as tragédias da Segunda Guerra Mundial. O que terá feito as pessoas esquecerem por um momento suas dores? Quem será objeto de tanta homenagem?
Uma celestial visitante
“Ela está chegando!”... “Ali está ela!” — são os brados que anunciam o grande acontecimento. Um aparatoso cortejo entra pelas portas da cidade. Fiéis entoam cânticos religiosos a plenos pulmões. Todos os olhares se voltam para um andor que chega... Por seu formato, mais parece um barco. Sim, um pequenino barco sobre uma charrete puxada por cavalos enfeitados com fitas multicolores.
Sobre esta singular embarcação, que parece singrar os pavimentos das ruas, avista-se uma simples, porém tocante imagem da Santíssima Virgem. Após ter percorrido o povoado vizinho, Ela é recebida com grandes comemorações na igreja matriz, onde passará a noite em vigília com os fiéis.
Que Virgem é esta? Qual sua história? Por que tanto atrai as multidões em torno de si?
Presente da Providência
Sua origem remonta ao século VII. Certo dia, os habitantes de Boulogne-sur-Mer, extremo norte da França, avistaram na orla marítima uma embarcação sem velas, sem remos e sem marujos que a pudessem ter trazido. Nela encontraram uma piedosa imagem de Nossa Senhora com o Menino Jesus, da qual se irradiava uma luz extraordinária, transmitindo uma impressão de paz, calma e felicidade.
A devoção surgida em torno dessa imagem transformou aos poucos o local em centro de peregrinações. A ele acorreram personagens como São Luís IX, rei de França, e São Bernardo de Claraval. Por volta de 1100, Santa Ilda, Condessa de Boulogne, deu início à construção de um santuário que foi concluído cerca de 200 anos depois.
Séculos mais tarde, quando os furores anti-religiosos da Revolução de 1789 assolaram a França, não pouparam sequer a venerável imagem, que foi lançada às chamas, dela não restando mais que a mão direita. Parecia terminada, assim, a atuação de Nossa Senhora sob a invocação de Virgem de Boulogne-sur-Mer.
Cinco anos de missão popular
Entretanto, a Providência tinha outros desígnios. Em 1938 celebrou-se nessa cidade um congresso mariano durante o qual a França foi consagrada solenemente ao Coração Imaculado de Maria. E em 1942, o Papa Pio XII consagrou a Ela a humanidade inteira.
A seguir, as autoridades eclesiásticas francesas renovaram a consagração da França, anteriormente realizada.
No rastro dessas graças, quatro cópias da imagem de Boulogne-sur-Mer partiram em peregrinação pelo país, em 1943, percorrendo em todas as direções durante cinco anos a terra de São Luís IX e despertando um movimento de orações, de penitência e de reafervoramento que só pode ter sido inspirado pelo Espírito Santo.
Esse movimento foi denominado de Grand Retour, devido aos seus objetivos imediatos: obter da Medianeira de todas as Graças o retorno dos cerca de um milhão de soldados franceses que continuavam como prisioneiros de guerra, o retorno da paz, o retorno da liberdade e, o que mais importava, o retorno da Fé. O sofrimento fazia as almas voltarem-se para Deus, à procura de auxílio e consolo.
O que se fez, na realidade, foi uma fervorosa e comovedora missão popular de cinco anos. As quatro imagens fizeram, no total, um percurso de 120 mil quilômetros, visitando 16 mil paróquias de 88 dioceses francesas. Foram anos de extraordinárias manifestações de entusiasmo e de piedade marial. Em qualquer lugar onde chegava uma imagem, ela era acolhida por uma multidão vibrante de Fé e devoção. E, ao partir, deixava como fruto de sua passagem conversões, milagres e uma alegria desbordante e generalizada.
Curas físicas e espirituais
Inúmeros fatos tocantes marcaram esses cinco anos de peregrinações.
Conta-se, por exemplo, que, ajoelhada e com os braços abertos em cruz, uma menina rezava certo dia durante largo tempo diante da maternal imagem. O que tanto suplicava ela? Desejava com ardor rever seu querido pai, o qual há vários anos havia partido para a guerra e nunca dera notícias. E foi atendida: chegando em casa, lá estava ele a recebê-la carinhosamente.
Narra-se também o caso de um ferreiro que batia vigorosamente sua bigorna durante a procissão com o objetivo de boicotar essa “idiotice”. Bastou o andor da Virgem parar alguns instantes diante da sua casa para ele, arrependido, unir-se à romaria...
Notou-se também uma pessoa que de má vontade acompanhava o cortejo. Emburrado, com os punhos cerrados, parecendo estar sob o efeito de misteriosa ação, dizia para si mesmo: “Esta Virgem é irresistível! Ela é irresistível!”. E quando a procissão chegou à Igreja, dirigiu-se de imediato ao confessionário.
Houve também curas físicas, mas eram sobrepujadas pelas espirituais. Por onde passava uma imagem, as igrejas ficavam lotadas; muitos acorriam ao Sacramento da Penitência e retornavam à prática da Religião, abandonada durante anos. Um pároco relatou que, antes dessa graça, não via um só homem rezando em sua igreja; depois da peregrinação, afluíam eles em grande número.
Nossa Senhora do “Grand Retour”
Em razão dessas graças, Notre-Dame de Boulogne passou a ser conhecida como Nossa Senhora do Grand Retour. E a renovação espiritual que a França experimentou naqueles cinco anos, bem mostrou quanto Maria jamais se esquece de alguém, velando por cada um como se fosse seu filho único. Com o seu Sapiencial e Imaculado Coração palpitando de ansiedade e santa pressa, Ela aguarda o nosso retorno à casa paterna para nos acolher, purificar e cumular de dons.
À Virgem Santíssima bem podem ser aplicadas estas palavras do Livro da Sabedoria: “Resplandecente é a Sabedoria, e sua beleza é inalterável: os que a amam, descobrem-na facilmente. Os que a procuram, encontram-na. Ela antecipa-se aos que a desejam. Quem, para possuí-la, levanta-se de madrugada, não terá trabalho, porque a encontrará sentada à sua porta” (Sb 6, 12-14).

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Afeto e bondade

O afeto e a bondade na compreensão acerca da insondável misericórdia de Nossa Senhora para com os homens, especialmente para com os pecadores, reflecte-se quando nos dirigimos a Ela em súplica e Ela nos diz:
“Eu perdoo tudo, e por mais que você cambaleie e se apresente a mim nesse estado de penúria espiritual, terei pena e o perdoarei”. O sentir essa disposição maternal determina em nós a ideia da proteção e do afago desinteressados de Nossa Senhora para conosco: a misericórdia d’Ela sobrepuja os últimos limites de nossa miséria, cobre-os com sorriso, com ternura, com sobras de complacência, só porque eu sou “eu”…
Peçamos a Nossa Senhora muito, e sempre. Sobretudo devemos pedir, por intermédio d’Ela, que Deus nos envie novamente em abundância o Espírito Santo, para que as coisas sejam novamente criadas, e purificada por uma renovação a face da Terra. Diz Dante na Divina Comédia que rezar sem o patrocínio de Nossa Senhora é a mesma coisa que querer voar sem asas. Confiemos a Nossa Senhora este anelo em que vai todo o nosso coração.
As mãos de Maria serão para nossa prece um par de asas puríssimas por meio das quais chegará certamente ao trono de Deus.

terça-feira, 22 de maio de 2012

Santa desde o primeiro instante

Conforme a sentença comum dos teólogos, Nossa Senhora, concebida sem pecado original, foi dotada do uso da razão desde o primeiro instante de seu ser. Portanto, já no claustro materno possuía altíssimos e sublimíssimos pensamentos, nele vivendo como num verdadeiro tabernáculo.

Assim, pode-se acreditar que a Bem-aventurada Virgem, com a elevada ciência que recebera pela graça de Deus, ainda no seio de Sant’Ana começou a pedir a vinda do Messias e, com Ele, a derrota de todo mal no género humano.

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Abraçar a Cruz em união com o Divino Redentor

Não escutais esse amável Jesus que, carregando sua cruz, vos conclama: vinde após Mim (Mt 4, 19), o que me segue não anda nas trevas (Jo 8, 12); tende confiança, Eu venci o mundo (Jo, 16, 33)?
Conforme o ensinamento de todos os grandes autores, São Luís Grignion acrescenta que a Cruz só é suportável quando carregada em união com Nosso Senhor. A Cruz concebida esquematicamente, apenas de modo teórico, aterroriza o homem e este foge dela. O único modo de a Cruz ser atraente, é considerar Aquele que nela se acha pregado e d’Ele receber as forças necessárias para aceitála.
É palavra do próprio Jesus: “Quando Eu for elevado, atrairei a mim todas as criaturas”. Ou seja, o Divino Crucificado é o verdadeiro encanto da Cruz, o que realmente atrai as almas para ela. E não apenas atrai, como lhes concede as graças e o vigor indispensáveis para carregá-la. Com os olhos fitos n’Ele, pensando no seu Sagrado Coração e no precioso Sangue que por nós derramou, na sua agonia e morte, é que adquirimos forças para segui-Lo.
E não nos esqueçamos de que essas graças e essas forças nos são concedidas por intermédio de Maria Santíssima, a Medianeira Universal, que se encontrava aos pés da Cruz, com seu Coração Imaculado transpassado e coroado de espinhos.

domingo, 20 de maio de 2012

Nossa Senhora no Templo

Não sei se São Joaquim e Sant’Ana tinham plena noção de que Nossa Senhora estava destinada a ser a Mãe do Verbo Encarnado. Porém, certamente sabiam que sua filha fora escolhida por Deus para altíssimas coisas com vistas ao advento do Messias. É-nos dado supor, aliás, que essa menina, concebida sem pecado original e, portanto, sem as limitações inerentes a este, sem deixar as atitudes próprias de uma criança, possuía em sua alma um dom de contemplação maior que o dos maiores santos da Igreja.
“Quer dizer, n’Ela se harmonizavam a extrema afabilidade e meiguice da criança com uma grandeza da qual os homens mais excelentes da Terra não são senão minúscula figura. Esse terá sido o desejo de Nossa Senhora, em que sendo Ela a Rainha incomparável do universo, aparecesse aos olhos de todos como uma simples menina. Contraste de beleza insondável, diante do qual permanecemos emudecidos de admiração!
“Pois foi essa maravilhosa menina que seus pais levaram ao Templo. Segundo São Francisco de Sales, durante essas peregrinações à Cidade Santa, os judeus iam pelas estradas entoando cânticos, de modo particular os salmos compostos por David para essa finalidade. Podemos imaginar as lindas cenas que tais romarias proporcionavam: chegado o mês da visita ao Templo, judeus das mais variadas regiões se punham a palmilhar os caminhos de Israel, envolvendo-os com seus cantos religiosos.
“Entre eles, certa feita, encontravam-se São Joaquim, Sant’Ana e Nossa Senhora. Imaginemos, então, se pudermos, o cântico da Menina, elevado com uma voz inefável, repetindo as palavras que seu régio ancestral escrevera por inspiração do Espírito Santo para aquela circunstância!
“Pensemos em Maria cantando pelas estradas judaicas, e os anjos acompanhando seus passos e seu cântico, extasiando-se eles, sobretudo, com as harmonias de alma que a pequena Virgem manifestava a cada instante.
“Ainda segundo São Francisco de Sales, do alto dos terraços da Jerusalém Celeste, os querubins e os serafins, e toda a corte angélica, debruçavam-se para contemplar Nossa Senhora a caminho de Jerusalém, e esse espetáculo, ignorado pelos homens, incutia-lhes um gáudio inexprimível.
“De fato, cena mais bela e mais eloquente do que essa, só poderia ser aquela em que esses mesmos anjos viriam Nossa Senhora ingressar no Templo, como a rainha que toma posse daquilo que lhe é próprio; como a jóia que se instala no escrínio onde deve ser guardada...”

sábado, 19 de maio de 2012

Razão de nossa perseverança

Se é verdade que devemos sempre invocar o maternal auxílio da Santíssima Virgem, com maior razão cumpre fazê-lo em vistas à nossa perseverança final. Conforme a súplica que repetimos amiúde na Ave-Maria, peçamos a Ela interceda por nós, pobres pecadores, na hora de nossa morte, e nos conceda a graça de sermos fiéis no último momento de nossa existência. Ninguém sabe como são as batalhas interiores, as tentações derradeiras que afligem uma alma prestes a se separar do corpo. Nesta ocasião, nada pode nos valer mais do que o socorro da Mãe de misericórdia, a razão de nossa perseverança em meio aos graves perigos espirituais que corremos. E ela o é, sobretudo, no último.

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Prece à Rainha dos Anjos

Maria, Mãe minha e Rainha dos Anjos, ordenai ao santo anjo de minha guarda que actue continuamente no íntimo de minha alma. Fazei com que, mesmo em meio às solicitações mundanas que arrastam para cogitações e interesses que não são os vossos, tenha eu sempre em mente os vossos interesses e as vossas cogitações. Por esta forma, deixarei de sofrer as influências do mal e passarei a influenciar, com a vossa presença, o mundo que se encontra ao meu redor.

Serei, assim, uma espécie de porta-estandarte vosso a proclamar vosso Reino e a antecipá-lo na Terra. Serei eu próprio como um anjo vitorioso a abrir o caminho para o momento bendito, profetizado por Vós em Fátima: “Por fim, meu Imaculado Coração triunfará!”. Para isto, dai-me firmeza de propósito, fidelidade inquebrantável, e um entusiasmo que nenhum menosprezo, nenhuma perseguição, nenhum risco possam abater. Amém.

quinta-feira, 17 de maio de 2012

A ufania de ser católico

“Se os primeiros mártires não fugiram dos lobos, leões e leopardos, creio não haver razão para que fujamos dos ímpios que caçoam de nossa condição de católicos. Por que o mártir não corria das feras? Porque tinha fé, tinha consciência de sua retidão, sabia-se um justo e que Deus o assistia do alto do Céu. Por isso, de peito erguido, enfrentava o leão prestes a saltar sobre ele.
“Por que todos os filhos corajosos da Igreja não recuaram diante dos adversários dela? Porque acreditavam na sua ortodoxia; tinham fé!
“Ora, temos ou não a mesma fé? Os anjos do Céu contemplam ou não a nossa luta nesta Terra?
“Não devemos, pois, nos envergonhar de sermos puros e castos, de professarmos a fé católica, apostólica, romana em sua integridade, de sermos contra-revolucionários na força do termo, pois isto significaria ter vergonha de Nosso Senhor Jesus Cristo, o modelo por excelência de pureza e de fé. E não nos esqueçamos, é do próprio Verbo Encarnado esta palavra tremenda: Se alguém se envergonhar de mim e das minhas palavras, também o Filho do Homem se envergonhará dele, quando vier na sua glória, na glória de seu Pai e dos santos anjos (Lc 9, 26).
“Portanto, estejamos seguros e ufanos do nosso ideal católico. E faço notar: não se trata de demonstrar um orgulho arrogante, mas a ufania de ser membro da Santa Igreja Católica, de ser assistido por uma força sobrenatural haurida nos Sacramentos e na devoção a Nossa Senhora, que nos torna capazes de atos que a simples natureza humana não permitiria praticar. A ufania de quem possui essa fé inabalável em Nosso Senhor Jesus Cristo, a fé que move as montanhas, que não recua diante de nenhum obstáculo, que transpõe vales e faz os montes saltarem como cabritos, no dizer da Sagrada Escritura.
“Estejamos convictos de que a piedade católica não contribui, de modo algum, para enlanguescer o vigor humano. Antes, o católico autêntico é um exemplo de varonilidade, de alguém que honra suas responsabilidades e preza sua dignidade pessoal; alicerçado nos princípios ensinados pela religião católica, ele se ufana de guardar a castidade e compreende que a pureza é uma de suas glórias. Assim como compreende que o não ter fé é uma cegueira, e aqueles que crêem são os que verdadeiramente vêem.
“Esse é o católico, desassombrado, intrépido, que não se envergonha de seguir o Divino Mestre, de se dizer filho e devoto da Santíssima Virgem, para a qual dirige sua entranhada prece:
“Ó Mãe de misericórdia, minha vida, doçura e esperança. Fazei de mim, a alma corajosa que devo ser, imbuída de uma leonina força católica, apostólica, romana, repleta de ufania cristã! E assim, ó Virgem, meu louvor a Vós será o tributo do homem que, acima de tudo, crê nas verdades divinas e por elas luta; será o louvor do heroísmo e da epopeia. Amém.”

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Nascimento de Maria

No momento da entrada de Nossa Senhora neste mundo deve ter sido saudado pela alegria de todos os anjos do Céu, acompanhada, talvez, da felicidade experimentada, aqui e ali, pelas almas retas. Adaptando as palavras de Jó (3, 1-9), poder-se-ia assim exprimir esse sentimento de júbilo: “Bendito o dia que viu Nossa Senhora nascer, benditas as estrelas que A viram pequenina, bendito o momento em que seus pais verificaram que havia nascido a criatura virginal chamada a ser a Mãe do Salvador!”

terça-feira, 15 de maio de 2012

Olhos postos em Maria

“No momento decretado por Deus em sua misericórdia, Ele faz surgir Nossa Senhora, raiz bendita da qual brotaria Nosso Senhor Jesus Cristo, começando assim a obra de destruição do reino do demônio — no exterior, bem como no interior dos homens.

“De fato, na vida espiritual de quantas almas não se verifica situação semelhante à do mundo em que surgiu Nossa Senhora, imerso no império dos vícios e do pecado! A pobre alma está em luta com seus defeitos, se contorce em dificuldades, sem vislumbrar o dia bendito em que uma grande graça, um grande favor celestial porá fim aos seus tormentos e lhe franqueará o progresso na piedade. Pois na história dessas almas há como que irrupções de Nossa Senhora. Na noite das maiores trevas e aflições, Ela aparece e começa a solucionar todos os problemas. Maria surge então como uma radiante aurora em nossa existência, incutindo-nos um alento que não conhecíamos.
“Nesse sentido, vem muito a propósito a conhecida exortação de São Bernardo, aplicando a Nossa Senhora o simbolismo da Estrela do Mar: Ó tu que nesta vida andas flutuando entre borrascas e tempestades, antes que vagando por terra, não tires os teus olhos do fulgor desta estrela, se não quiseres que te arrastem os vagalhões. Quando te vires arremessado aos escolhos da tribulação, se te surgirem os ventos das tentações, olha a estrela e invoca Maria. Quando te vires perecer nas ondas da soberba e da ambição, da detração e da luxúria, olha para a estrela, invoca Maria.
“Contrárias às ilusões de que esta vida é um constante jardim de rosas onde tudo nos sorri, as palavras de São Bernardo — conformes ao ensinamento da Igreja — nos falam do vale de lágrimas no qual expiamos o pecado original e nossos pecados atuais. Segundo o conselho do santo, o quotidiano terreno é permeado de borrascas e tempestades, de rochedos que insidiosamente aguardam o navegante durante seu trajeto, e dos ventos das tentações que podem soprar e nos solicitar para o mal.
“Ora, sob essas condições adversas, não devemos nunca deixar de pôr os olhos em Maria Santíssima, senão os vagalhões nos arrastam. A exemplo dos antigos navegantes que se orientavam pela estrela polar a fim de alcançar o porto seguro, cumpre seguirmos as maternais coruscações da Estrela do Mar. Na incerteza das ondas, no singrar atribulado, jamais percamos de vista essa luz que nos orienta para a salvação; jamais nos esqueçamos de invocar Maria Santíssima.”

domingo, 13 de maio de 2012

Meiguice e bondade extremas

Um fato ungido pelo perfume dos antigos tempos em que a Fé predominava nas almas,  tocou-me  de  modo  especial, e merece  ser por nós comentado. O episódio milagroso ocorreu  em Prato, na Toscana,  em 1484, e dele originou-se a expressiva invocação de Nossa Senhora das Prisões.
Numa certa manhã  daquele  ano, um   menino   sentiu-se   atraído   por uma cigarra  e correu  atrás  dela, até se deter diante do muro da prisão de Prato,  no qual se achava estampado lindo quadro  da Santíssima Virgem.
Esta é, aliás, uma das belas  coisas a se admirar  na Itália:  as pinturas  e  imagens  da  Madonna,  expostas um pouco por toda parte, em Roma e noutras  cidades  italianas.  Nos ângulos externos das casas, sobre as portas ou no centro das fachadas, de repente o transeunte se surpreende com um oratório desses, ornado de flores, sob as refulgências de pitoresco lampadário, etc. É  algo  deveras estupendo.
No quadro em questão, a Virgem trazia em seus braços  o Menino  Jesus, que,  por  sua vez, segurava  nas mãos uma flor e um passarinho. Subitamente, para o maravilhamento da criança que a contemplava, a imagem começa a tomar vida, a animar-se. Nossa Senhora desce do muro, deposita no chão seu Filho e este se põe a brincar com o passarinho, diante do olhar  atônito  do pequeno italiano. Aquela cena extraordinária é então tocada por um raio de sol que abre uma passagem para o interior da prisão. Seguindo-o, entram a Santíssima Virgem, o Divino Infante e o bambino. Nossa Senhora percorre várias celas obscuras e as ilumina à sua passagem.
Terminada essa indescritível visita, Mãe  e Filho,  sempre  acompanhados pelo menino, deixam o recinto do cárcere e retomam sua imobilidade original no quadro  suspenso ao muro.
Esse milagroso espetáculo se renovou diversas vezes, diante de uma multidão de fiéis que viram assim confirmada sua devoção à Rainha do Céu e da Terra. Consta que o fato foi relatado pelo bispo local ao Príncipe Lourenço de Médici, quem fez construir em Prato magnífica igreja, um dos mais belos monumentos italianos do século XV.
O episódio é em extremo gracioso, e nos fala, de modo ímpar, da benignidade e da bondade de Nossa Senhora. A cena inicial já nos encanta: um bambino, daqueles gorduchos, mas, ao mesmo tempo, tão vivaz que não parece sujeito à acção da gravidade, e por isso esvoaça por todos espaços que encontra diante de si, correndo ao longo do muro de uma prisão, atrás do quê? De uma cigarra... Que cena sumamente pitoresca!
Outro aspecto digno de nota: na muralha de uma penitenciária, do lado de fora, sorri uma imagem de Maria Santíssima com seu Divino Filho. Então é o contraste maravilhoso entre o vulto austero e duro de uma prisão e a afabilidade materna da Virgem aconchegada naquele muro. E os muros italianos constituem um encanto à parte: alguns por assim dizer leprosos, de pedras tão velhas, tão escangalhadas por toda sorte de tempestades, lavradas de um modo tão bruto que se diria estarem morrendo, mas... lindíssimas! Por sobre elas, ou se estendendo pelo seu corpo, crescem vinhas que frutificam em uvas apetitosas; o sol se deleita em  aquecê-las,  dando  ensejo a que se produzam atraentes sombreados em volta delas. E aí temos o panorama de um tal milagre.
O menino se esquece da cigarra e se detém diante da imagem de Nossa Senhora.  E a Virgem começa a se mover... O pequeno Jesus brinca com um passarinho, e podemos  imaginar com que  delicadeza,  com que candura  e vivacidade! Ele, o criador, se compraz em se divertir com a sua criatura. Tudo isso fornece  elementos para recrear  e extasiar a piedade dos homens.
De repente, um raio de luz transpõe as rudes muralhas da prisão e leva atrás de si o passarinho, o Menino Jesus, Nossa Senhora, o bambino. Todos entram no cárcere, e aquelas soturnas penumbras vão sendo iluminadas pela passagem da Mãe de Deus, provavelmente tocando  os corações  dos presos e os libertando, a uma vez, do castigo e do vício.
Eis, portanto, um fato encantador que nos apresenta Nossa Senhora enquanto extremamente meiga, doce, que socorre os indivíduos mais distantes d’Ela, os menos afortunados, mais pobres e mais abandonados. Mãe de todos os homens, Ela sempre encontra a forma, o jeito, a circunstância, enfim, artes maravilhosas para protegê-los, ampará-los, salvá-los.

sábado, 12 de maio de 2012

Agradecimento a Nossa Senhora

Agradeçamos a Deus, por meio de Maria Santíssima, o favor inapreciável do dom da Fé concedido por ocasião do nosso batismo, peçamos ao Sagrado Coração de Jesus permita que essa graça da Fé e da esperança, do amor a Deus, ao sublime, ao absoluto, o amor a todos os valores morais e sobrenaturais tão negligenciados no mundo hodierno, se torne sobre nós ainda mais intensa e nos conforte nas provações e lutas que havemos de enfrentar em nossa trajetória rumo ao Céu.

sexta-feira, 11 de maio de 2012

“Que as vossas cogitações sejam as minhas”


Ó Mãe indizivelmente grande, ó Rainha inexprimivelmente doce e acessível, ó arco-íris que reúne numa síntese incomparável os dois aspectos da grandeza, isto é, a superioridade e a dadivosidade: suplico-Vos me ajudeis a observar, a analisar, a compreender e a enlevar-me com vossa grandeza. Concedei-me que, pela meditação da vossa grandeza, as vossas cogitações e vias sejam as vias e as cogitações [deste filho(a)]. Atendei a essa súplica, ó Coração Régio, Sapiencial e Imaculado de Maria. Amém.

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Mês de Maria, mês das mães

O amor de todo bom filho é permanente. Mas no Dia das Mães é justo que ele se manifeste de modo efusivo.
Maio é o mês dedicado a Maria, Mãe de Deus e de todos os homens.
Mãe... uma palavra tão pequena, um significado tão profundo! Símbolo, sobretudo, do mais entranhado e desinteressado amor.
Para efeitos de amor, o coração materno não faz distinção entre o bom e o mau filho. Ele é carne de sua carne, sangue de seu sangue, fruto de suas entranhas, por isto ela o ama com largueza, sem esperar qualquer tipo de retribuição.
Seu amor paira sobre o filho desde o berço até a sepultura, quer ele atinja o píncaro do sucesso, quer seja um medíocre ou um fracassado na vida. Se ele subir o caminho da santidade ou, pelo contrário, deixar-se rolar pelas sendas da degradação moral ou mesmo do crime, ela o amará sempre.
E se alguém lhe perguntar o porquê desse amor, ela certamente responderá surpresa: “Ora! Eu sou a mãe!...”
A ninguém ocorre negar que o pai tem seu papel indispensável no desenvolvimento e na formação da criança, e seria uma monstruosidade desconhecer a importância do amor paterno. Mas as manifestações do amor materno fazem vibrar com muito mais intensidade as fibras do coração humano.
Assim, nenhuma recordação marca tão profundamente uma pessoa como a dos momentos felizes da primeira infância, envolvida pelo afeto, carinho e proteção de sua mãe. E as obras literárias de todos os tempos põem mais em relevo a lembrança saudosa da mãe que a do pai.
Em prosa e verso, cantam os literatos a doçura, o carinho a dadivosidade materna. Apresentam-na como o mais precioso dom concedido por Deus a cada um de nós. Muitas vezes, descrevem o pranto amargo daqueles que não souberam dar à própria mãe o devido valor enquanto a tinham viva junto a si. E as saudades de quantos, após sua morte, desejariam revê-la uma vez mais, receber dela pelo menos um olhar, um sorriso... Tarde demais!
Tarde demais mesmo? Não inteiramente.
A qualquer momento, podemos depositar aos pés da Virgem Santíssima, a Mãe das mães, nossos sentimentos de afeto e de gratidão: eles chegarão com segurança à amada destinatária.
Para todos os que têm ainda a felicidade de contemplar o semblante materno, este mês é a época adequada para reparar pelas eventuais atitudes de ingratidão, de distanciamento, de desamor.

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Ponde em mim os olhos de Vossa piedade

Minha Mãe, eu sei bem, ou ao menos julgo saber bem, quais são os meus defeitos. Receio, porém, ter uma noção hipertrofiada de minhas qualidades. Vós bem sabeis como é uma coisa e como é outra.

Não me interessa saber até que ponto minhas qualidades podem me obter o que eu preciso; nem me interessa saber até que ponto meus defeitos atraem sobre mim punições que eu poderia não sofrer se eu não os tivesse. Porque Vós vedes tudo isso e Vós rezais por mim com empenho de Mãe de Misericórdia. E onde entram os vossos méritos e a vossa súplica, o contributo de minha súplica é uma gota de água.

Entretanto, Vós quereis a oração de vossos filhos. Olhai, pois, para as minhas necessidades, elas são um bramido que se levanta a Vós, pedindo-Vos aquilo que eu preciso.

Tende pena de mim, ponde em mim os olhos de vossa piedade, e atendei-me.

terça-feira, 8 de maio de 2012

O Rosário, caminho para a vitória!

Unindo esplendidamente a oração mental e a vocal, o Santo Rosário tem sido a obra-prima da espiritualidade católica. Através dele alcançamos as mais especiais graças e auxílios sobrenaturais!
Para bem compreender o valor da devoção  ao  Santo  Rosário,  analisemo-lo  com  maior profundidade. 
Após ser entregue diretamente por Nossa Senhora a São Domingos de Gusmão, a devoção ao Rosário se estendeu rapidamente por toda  Igreja,  ultrapassando  os  limites  da Ordem Dominicana e tornando-se o distintivo de muitas outras ordens que passaram a portá-lo pendente à cintura.
Tempo houve em que todo católico o trazia habitualmente consigo, não apenas como objeto de contar Ave-Marias, mas como instrumento que atraía as bênçãos de Deus. O Rosário era considerado uma corrente que liga o fiel a Nossa Senhora, uma arma que afugenta o demônio.
Esplêndida conjunção da oração vocal com a mental
O que vem a ser o Rosário?
Em síntese, o Rosário é uma composição  de  meditações  da  vida  de  Nosso Senhor e de sua Mãe, somada  a orações vocais. Tal conjunção — da  oração vocal com a mental — é verdadeiramente  esplêndida,  pois,  enquanto se profere com os lábios uma súplica, o espírito se concentra num  ponto. Assim o homem faz na ordem sobrenatural tudo quanto pode. Porque através de suas intenções, se une àquilo que seus lábios pronunciam, e por sua mente se entrega àquilo que  seu espírito medita.
Por esta forma  de  oração  o  homem  une-se  intimamente  a  Deus,  sobretudo porque esta ligação se dá  através de Maria, Medianeira de todas as graças. 
Alguém poderia perguntar: “Qual  o sentido de rezar vocalmente a Nossa Senhora enquanto se medita em  outra coisa? Não podia ser algo mais  simples? Não seria mais fácil meditar  antes,  e  depois  rezar  dez  AveMarias?”
A resposta é muito simples. Cada  mistério contém, nos seus pormenores, elevações sem fim, as quais nosso  pobre  espírito  está  procurando  sondar... Ora, para fazê-lo com toda a perfeição, precisamos ser auxiliados pela graça de Deus, e tal graça nos é dada pelo auxílio de Nossa  Senhora. Ou seja, pronuncia-se  a Ave-Maria para pedir que a  Virgem Santíssima nos obtenha as graças para bem meditar. 
Obra-prima da espiritualidade católica
No  Rosário  encontramos  pequenos,  mas  preciosos  tesouros  teológicos  que  o  tornam uma  obra-prima  da  espiritualidade  e da Doutrina Católica. Esta devoção contém enorme força e substância; ela não é apenas feita de emoções; pelo contrário, é séria, cheia de  pensamento, com razões firmes. Ela  constitui a vida espiritual do varão católico  como  um  sólido  e  esplendoroso edifício de conclusões e certezas.
Além disso, a  meditação  de  cada mistério da vida de Nosso Senhor  proporciona  ao  fiel  receber  graças  próprias  ao  fato  que  está  contemplando.
Ao analisarmos as incontáveis graças que Maria Santíssima vem  distribuindo  por  meio  da  recitação  do Santo Rosário, vemos nele algo  que o torna superior a outros atos de  piedade mariana. Ora, qual é a razão  disto?
Antes de mais nada, vale salientar  que  Nossa  Senhora,  sendo  excelsa  Rainha, tem o direito de estabelecer  suas preferências! E Ela quis elevar  esta devoção além das outras, distribuindo  graças  especialíssimas  através da recitação do Santo Rosário.
Batalha de Lepanto
Entre as diversas graças insignes  alcançadas pela recitação do Rosário  está a vitória obtida pela Cristandade na Batalha de Lepanto.
São  Pio  V,  então  Pontífice,  encontrava-se aflito diante da ameaça otomana que cercava a Europa cristã. Ordenou, então, que toda a Cristandade rezasse o Rosário a fim de  suplicar a intervenção de Nossa Senhora.
Antes da terrível batalha ocorrida  no Golfo de Lepanto, a sete de outubro de 1571, entre as hostes cristãs e muçulmanas, os soldados católicos rezavam o Rosário com grande  devoção.
Segundo testemunharam os próprios adversários, a Santíssima Virgem apareceu-lhes durante  a batalha, infundindo-lhes grande  pavor.
Para comemorar a grande vitória  obtida neste dia, o Santo Padre instituiu a festa de Nossa Senhora do  Rosário,  a  qual,  no  século  XVIII,  foi estendida a toda a Igreja Católica por determinação do Papa Clemente XI. 
Uma  vez  que  por  meio  do  Santo Rosário a Cristandade tem obtido  tão  grandes  vitórias,  não  temos  razão  suficiente  para  esperar,  por  meio da recitação desta oração, a vitória em todas as lutas travadas ao  longo de nossa existência?
Resolução de rezar sempre o rosário
Um fato ocorrido na vida de Santo  Afonso  Maria  de  Ligório  mostra-nos que, sobretudo, numa grande luta o Rosário é penhor de vitória. O santo era conduzido em cadeira de rodas, por um irmão de hábito, através dos corredores do convento, quando perguntou se já haviam rezado todo o Rosário. O companheiro lhe respondeu:
— Não me lembro.
— Rezemos, então. Disse o santo. 
  Mas  o  senhor  está  cansado!  Que mal há um só dia deixar de rezar o Rosário? 
— Temo por minha salvação eterna se o deixasse de rezar por um só  dia.
É  justamente  isso  que  devemos  pensar e sentir: o Rosário é a grande  garantia de nossa perseverança final. 
Devemos pedir à Santíssima Virgem a graça de rezar o Rosário todos  os dias de nossa vida. 
Gostaria ainda de dar uma recomendação: nunca deixarem  o  Rosário, de modo que, mesmo dormindo,  procurem ter  o  Rosário  à  mão,  de  maneira  tal  que  o  sintam  consigo. E, se tiverem receio de que ele caia — devemos tratá-lo com toda a reverência —, pendurem-no ao pescoço, ou o coloquem no bolso.

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Por fim, meu Imaculado Coração triunfará

Nossa Senhora atrai os olhares com muita doçura, fazendo com que todos se sintam envoltos por uma espécie de sacralidade suave, mas profundamente séria.
“A mensagem de Nossa Senhora ao mundo: Se o mundo continuar entregue ao pecado, será castigado; porém, depois virá o Reino de Maria!
Levai essa promessa no fundo de vossas almas.
“Vós encontrareis, em muitas ocasiões de vossas vidas, as pompas e o poder do mundo moderno e tereis a impressão de que ele é indestrutível, que a Tradição não vale nada, que o futuro segundo este mundo é a única coisa que vale. E o futuro, dizem as vozes do mal, é o igualitarismo vil e sensual.
“Não acrediteis, e dizei: ‘Tu não tens o conhecimento do futuro nem dos rumos da História. Nossa Senhora sim o tem, e em Fátima Ela disse: Por fim, o meu Imaculado Coração triunfará!’
“Que Nossa Senhora de Fátima nos dê muita Fé e fidelidade às suas palavras.

domingo, 6 de maio de 2012

Oportuna recordação da mensagem de Fátima


Há 95 anos a Santíssima Virgem apareceu em Fátima, Portugal dirigindo a um mundo, então opresso pelos sofrimentos oriundos da Primeira Grande Guerra, advertências e apelos:

“Nossa Senhora baixou dos céus à terra, e manifestou a três pequenos pastores de um recanto ignorado e perdido do pequeno Portugal, as condições verdadeiras, os fundamentos indispensáveis para a organização do mundo. Ouvida essa mensagem, a humanidade encontraria verdadeiramente a paz. Negada, ignorada essa mensagem, a paz seria falsa e o mundo imergiria em nova guerra. A guerra veio.

“A mensagem da Senhora, que sobreveio precisamente no momento crucial em que se preparava o após-guerra, desprezando as manifestações aparatosas de falso patriotismo e de cientificismo dos ‘técnicos’, colocou com grande simplicidade todas as coisas em seus termos únicos e fundamentais. A guerra fora um castigo do mundo por sua impiedade, pela impureza de seus costumes, por seu hábito de transgredir os domingos e dias santos. Isto resolvido, todos os assuntos se resolveriam por si. Isto não resolvido, todas as soluções nada resolveriam... E se o mundo não ouvisse a voz da Senhora, se ele não respeitasse esses princípios, nova conflagração viria, precedida de fenômeno celeste extraordinário. E essa conflagração seria muito mais terrível que a primeira. (...)

“Construíram uma paz sem Cristo, uma paz contra Cristo. O mundo se afundou ainda mais no pecado, a despeito da mensagem de Nossa Senhora.

“Em Fátima, os milagres se multiplicavam. Ali estavam eles, acessíveis a todos, podendo ser examinados por todos os médicos de qualquer raça e religião. As conversões já não tinham número.

E tudo isto não obstante, ninguém dava ouvidos a Fátima. Uns duvidavam sem querer estudar. Outros negavam sem examinar. Outros criam mas não tinham coragem de o dizer. A voz da Senhora não se ouviu.

“Passaram-se mais de vinte anos. Um belo dia, sinais estranhos se viram no céu... era uma aurora boreal, noticiada por todas as agências telegráficas da Terra. Do fundo de seu convento, Lúcia escreveu a seu Bispo: era o sinal, e dentro em breve a guerra viria. A guerra veio dentro em breve.

“Si vocem ejus hodie audieritis, nolite obdurare corda vestra — ‘se hoje ouvirdes Sua voz, não endureçais vossos corações’, diz a Escritura. Inscrevendo a festa de Nossa Senhora de Fátima no rol das celebrações litúrgicas, a Santa Igreja proclama a perenidade da mensagem de Nossa Senhora dada ao mundo através dos pequenos pastores.

“No dia de sua festa, mais uma vez a voz de Fátima chegou a nós: não endureçamos nossos corações, porque só assim teremos achado o caminho da paz verdadeira.”