Imaginem o que deve
ter sido o respeito e a adoração de uma mãe que carrega no seu claustro materno
não um filho comum, mas o Criador de todo o universo.
Quantas vezes
comunguei em minha vida... Eu, que tantas e tantas vezes recebi o Corpo,
Sangue, Alma e Divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo em mim – que, portanto,
fiz o papel de Nossa Senhora durante o período em que hóstia sagrada esteve em
mim –, eu, que orações fiz a Nosso Senhor Jesus Cristo?
Não é verdade que eu
devo reconhecer que estive muito aquém de tudo aquilo que seria necessário?
Não é verdade que eu
deveria reconhecer que me falta tanto para ser verdadeiramente devoto do
Santíssimo Sacramento e de estar à altura de receber Nosso Senhor Jesus Cristo?
Chego, então, a uma
conclusão: que não há melhor meio, não há outra saída, senão a de eu pedir a
Nossa Senhora que receba Nosso Senhor Jesus Cristo por mim, porque eu não sou
digno.
Quando eu digo como
o centurião romano: “Senhor, eu não sou digno que entreis em minha casa”, é
porque eu não sou digno mesmo.
Mas Ele vem, Ele vai
entrar, Ele vai se dar a mim, Ele vai viver aqui dentro.
Nesse caso, é
preciso que eu diga:
“Minha Mãe, Vós O
conduzistes com alegria para Ele, e com benefício enorme para vós. Dai de novo
esta alegria a Nosso Senhor Jesus Cristo, estando em mim para recebê-Lo. Que
Ele penetre em vós, mas que vós estejais em mim.
“E permiti, Senhora,
que eu vos peça que as graças que Ele vos daria estando em vós, e que Ele vos
dá estando em vós, que estas graças vós as dispenseis para este miserável servo
vosso. Dai-me as graças que vós recebereis estando em mim e acolhendo ao vosso
Divino Filho como O acolhestes na Encarnação”.
Eu vos peço,
Senhora: que jamais eu receba uma só comunhão em toda a minha vida que não seja
em união convosco e que vós estejais sempre em mim para recebê-Lo.
“Minha Mãe, que tudo seja para reparar o vosso
Sapiencial e Imaculado Coração.”
Mons João Clá Dias - Meditação 2/10/1999