O que pensaríamos se
estivéssemos diante de Nossa Senhora?
Imaginar, por
exemplo, Nossa Senhora, que foi virgem antes, durante e depois do parto.
Durante o nascimento de Nosso Senhor Ela se conservou virgem; como esse
mistério se deu?!
Outro episódio da vida
de Maria Santíssima: quando Ela notou a perplexidade de São José, viu seu
esposo passar por aquele sofrimento sem nome, e percebeu a santidade dele que
não duvidou d’Ela em nenhum momento. O demônio com certeza queria que ele
duvidasse de Nossa Senhora; São José não duvidou em nenhum instante, mas
resolveu retirar-se. E a tristeza com que ele se acomodou sobre a cama para
dormir, antes de partir pela estrada para o desconhecido, porque era o homem
que estava colocado na maior perplexidade que houve na História.
Quem sabe se Ela o
olhou dormindo em paz, mas afogado na dor? E se Ela de repente notou — quando
já era quase madrugada, perto da hora de ele se levantar e partir, no último
sonho noturno — a fisionomia de São José se iluminar como um sol, e percebeu
que na última hora Deus teve pena dele e revelou-lhe o que havia?
Ele no sonho viu o
Anjo, não acordou logo, mas pouco depois um vulcão de alegria estourou dentro
dele. São José ficou junto à porta do quarto de Nossa Senhora prostrado, à
espera do momento em que Ela saísse, osculou o chão e os pés d’Ela, e a Virgem
Santíssima entendeu tudo e nunca falaram sobre nada. É uma coisa para lá de
sublime!
Conversar sobre temas
desses é antegozar o Céu. Imaginem a hora em que cheguemos ao Paraíso e
vejamos, de repente, São José com aquele bastão e aqueles lírios, cercado de
uma coorte intérmina de Anjos, mas com uma alegria enorme no olhar porque
estava vendo Nossa Senhora a pouca distância dele. E um pouco mais
adiante Nosso Senhor, que sem ser filho dele segundo a carne, mas sim segundo a
lei, sorriu para ele e disse: “Meu pai!”
Só de vermos essa
cena teríamos uma felicidade própria para encher a eternidade.
Plinio Corrêa de Oliveira - Revista Dr Plinio n. 202