Nossa Senhora foi concebida em
graça, e esta graça deu-Lhe todos os dons que tinha o homem no Paraíso
terrestre. Ela tinha todos os dons do Espírito Santo, e os possuía em grau
máximo. No ponto de partida dEla, de concepção dela, Nossa Senhora tinha todos
os dons e todas as virtudes em grau mais excelso do que os próprios anjos e
santos que estão no Céu.
Esta que foi escolhida para ser
Mãe de Deus, já possuindo Deus encarnado em seu claustro materno, é convidada a fazer uma visita a uma prima. Prima muito mais idosa do que
Ela. Por um mistério que nós não conseguimos atingir inteiramente, pelas
relações que existem entre o sobrinho que vai nascer e o filho que Ela tem no
seu claustro materno que também vai nascer, a relação entre um e outro faz com
que Ela se submeta a este convite, a esta obrigação social de ir visitar sua
prima Santa Isabel que estava para dar à luz a um sobrinho.
Ela já tendo em si o Menino
Jesus sendo constituído, sendo formado, não hesita. Ela sabe das dificuldades
do caminho, esse caminho é coalhado em determinado ponto por ladrões, por
bandidos, Ela pode perfeitamente ser assaltada no meio do caminho, Ela pode ser
morta no meio do caminho, Ela pode ser agredida, mas Ela passa por cima de tudo
isto porque percebe que esta visita é desejada por Deus.
Aqui vê-se a prontidão de Nossa
Senhora, a docilidade, a disposição inteira dEla em fazer a vontade de Deus.
Não mede sacrifícios, não mede esforços, está disposta inteiramente a dar-se, e
a dar-se por inteira.
“Maria Santíssima, Rainha dos
Céus e da terra, vós tendes à vossa disposição todos os anjos. Se vós
quisésseis, vós mandaríeis um anjo descer do Céu para aplainar esse caminho. Entretanto,
vós quisestes passar por todas essas dificuldades para exemplo meu. Eu na minha
vida encontro dificuldade, eu na minha vida encontro problemas, e vós quereis
que eu passe por esses problemas como vós passastes por esses problemas. Minha
Mãe, dai-me forças de ser como vós”.
Mons
João Clá Dias. Texto extraído de uma meditação na Catedral da Sé - SP em
21/10/1999. Sem revisão do autor.