Continuação dos comentários ao Pequeno ofício da Imaculada
“Contudo,
não fizemos senão roçar, de certo modo, numa tão bela matéria. Seria o
bastante, se Jesus Cristo fosse apenas simples criatura, o mais perfeito dos
filhos dos homens. Mas, Ele é Deus, e a Virgem sua Mãe, instruída pelo Espírito
Santo, acreditava com todas as forças de sua inteligência e de seu coração que
este menino, nascido de suas entranhas, era o Filho eterno de Deus, Deus como
seu Pai e consubstancial a Ele. Em consequência, seu amor materno não se
detinha no homem; ele não podia separar o que estava indissociavelmente unido.
Em seu
Filho Ela via, Ela amava seu Deus. Uma boa mãe ama tudo o que pertence à pessoa
de seu filho, e na proporção da dignidade das partes: o corpo e a alma, mais a
alma do que o corpo.
“É
assim, ó Maria, que Vós amais a Jesus. Certo, amais sua humanidade, pois ela é
para todos, e para Vós mais do que para todos os outros, soberanamente amável.
Entretanto, muito mais tendes amor à sua divindade, pois esta é a fonte
infinitamente fecunda de toda bondade, de toda grandeza, de toda beleza. [...]
“Portanto,
em Maria o amor materno é levado até os últimos limites da natureza e da graça,
posto que em seu Filho Ela ama o Homem-Deus.