domingo, 4 de maio de 2014

Maria: Horto da alegria cara

 Comentários ao pequeno ofício da Imaculada
Horto da alegria cara
Horto de que Deus faz suas delícias
“Na primeira página da história do gênero humano, encontramos descrita, em resplendentes cores, a magnificência daquele Éden de delícias em que foram postos, logo depois de criados por Deus, nossos progenitores. Naquela morada amena, tudo era ordem e beleza; aos campos ricos de messe, sucediam-se prados verdejantes, bosques frescos e jardins perfumados Um rio limpidíssimo, dividindo-se em outros rios menores, corria a regar e tornar fecundo o terreno; enquanto no meio do jardim se erguia a majestosa árvore da vida cujos frutos, como seu próprio nome diz, tinham a virtude de manter afastada dos homens a morte.
“Ora, quem não vê nesse Éden um símbolo gentilíssimo de Maria? Não foi Ela, com efeito, um místico jardim, adornado de flores perfumadas, isto é, de santos pensamentos e afetos, e repleto dos frutos das boas obras? Um verdadeiro rio de graças não irrigou sempre sua alma? Não nasceu d’Ela a árvore da verdadeira vida, Jesus?” 1
Portanto, “foi a Virgem Maria criada de maneira especial, para constituir as delícias do Senhor. Oh! que louvor e que elogio o deste horto! Todas as coisas as fez o Senhor para si mesmo, porém não por sua utilidade, como diz Santo Agostinho, mas por sua bondade. Em nenhuma criatura aparece e brilha isto com mais claridade do que na Virgem. Deus A elegeu e formou para Mãe sua, para casa e morada sua, a fim de n’Ela se fazer homem O que não pode ser feito.
“O Senhor, Tu te comprazes em tua feitura e te regozijas nas obras de tuas mãos; porém em nenhuma parte descansas como em teu horto. O verdadeiro paraíso de delícias, no qual passeia Deus ao meio-dia! O ditoso horto, que tão ditoso fruto deu! Bendito é o fruto de teu ventre” 2
1) ROSCHINI Gabriel. Instruções Marianas São Paulo: Paulinas, 1960. p. 37-38.

2) VILLANUEVA Tomas de. Obras. Madrid: BAC, 1952. p. 283-284.