Virgindade, fecundidade e
humildade: admiráveis ornamentos de Maria
Deixemos
falar, uma vez mais, o eloquente amor de São Bernardo à Santíssima Virgem e
Mãe: “Ditosa em tudo Maria, a quem não faltou a humildade, nem a virgindade.
Singular virgindade a sua, que não foi prejudicada, mas honrada pela fecundidade;
não menos ilustre humildade, que não diminuiu, mas engrandeceu sua fecunda
virgindade; e inteiramente incomparável fecundidade, que a virgindade e a humildade,
juntas, acompanham. Qual dessas coisas não é admirável? Qual não é
incomparável? Qual não é singular?
“Maravilha
será se, ponderando-as, não duvides qual julgarás mais merecedora de tua
admiração; quer dizer, se será mais estupenda a fecundidade numa virgem ou a
integridade numa mãe; sua dignidade pelo fruto de seu castíssimo seio, ou sua
humildade com tão imensa grandeza. Sem dúvida, a cada uma dessas coisas se
devem preferir todas juntas, e é incomparavelmente maior excelência e maior
ventura havê-las tido todas, do que precisamente algumas.
“E por
que se espantar de que Deus, a quem lemos e vemos admirável em seus Santos, se
tenha mostrado mais maravilhoso em sua Mãe?
“Venerai,
pois, vós que vos achais em estado de matrimônio, a integridade e pureza do
corpo num corpo mortal; admirai também vós, virgens sagradas, a fecundidade de
uma virgem; imitai, homens todos, a humildade da Mãe de Deus; honrai, Santos
Anjos, a Mãe de vosso Rei, vós que adorais o Filho de nossa Virgem, nosso e
vosso Rei, reparador de nossa linhagem e restaurador de vossa cidade” .