Continuação dos comentários ao Pequeno Ofício da Imaculada Conceição
Arco-íris
que une a Igreja triunfante à Igreja militante
Ilustrando seu discurso sobre o Santo Nome de Maria,
comenta São Bernardino de Siena:
“As estrelas do firmamento servem para manter a ordem e
a estabilidade no mundo inferior: elas são como as medianeiras entre o Céu e a
Terra. Tal é, precisamente, a função da Bem-aventurada Virgem, Senhora e Rainha
deste mundo. Ela une e concilia a Igreja Triunfante à Igreja Militante. Seu
nascimento anuncia que, doravante, existirá a paz entre o Céu e a Terra.
“Ela é o arco-íris dado pelo Senhor a Noé em sinal de
aliança, e como penhor de que o gênero humano não será mais destruído. E por quê?
Porque é Ela que trouxe à luz Aquele que é nossa paz, Aquele que de duas
naturezas fez uma só pessoa, Aquele que reúne em si mesmo Deus e o homem, para
confirmar a paz” 13
Arco-íris
da esperança, em meio às provações deste vale de lágrimas
Elevada e piedosa relação entre a figura do arco-íris
e a Santíssima Virgem, estabelece o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira: “Neste
vale de lágrimas em que somos peregrinos, tentações, sofrimentos e perplexidades
são inerentes a toda a vida espiritual. Contudo, em meio às nossas dores e
aflições morais, sempre vislumbramos a esperançosa figura de um arco-íris:
Maria Santíssima!
“Ela nos acompanha em nossa peregrinação rumo à Pátria
Celestial, ajudando-nos em todas as vicissitudes, envolvendo-nos com seu maternal,
constante e infatigável amor, o qual nenhuma infidelidade pode esmorecer, e que
reiterados atos de bondade, deste emanados, não o lograrão extinguir” .
Arco-íris
que aplaca a cólera divina
Semelhante pensamento desenvolve o Pe. Jourdain, em
sua obra dedicada às grandezas de Maria: “O arco-íris alegra a Terra e lhe proporciona
uma chuva abundante e benfazeja. Do mesmo modo, Maria consola os fracos,
enchendo de júbilo os aflitos e inundando copiosamente os áridos corações dos
pecadores, pela fecunda chuva da graça. [...]
“Deus contempla esse seu arco-íris — Maria Santíssima
— estendendo sua proteção sobre a Terra. E apesar dos pecados dos homens, apesar
das nuvens acumuladas pela sua justa cólera, Ele se lembra de sua misericórdia.
É bem se referindo a Maria que Deus diz a Noé:
«Porei o meu arco nas nuvens e ele será o sinal da
aliança entre Mim e a Terra»”
Arco-íris
formado com os sete dons do Espírito Santo
Com expressiva unção, o Pe. Thiébaud assim interpreta
esse símbolo de Nossa Senhora:
“Quando, depois de uma tempestade, percebemos o
arco-íris baixando das nuvens sobre a Terra, não podemos nos impedir de admirar
esse belo manto, tecido com as sete cores primitivas, verdadeiro símbolo da
misericórdia. Mas, o esplendor desse fenômeno logo se eclipsa em presença de
Maria, na qual os sete dons do Espírito Santo refulgiram com tanta
magnificência. Se, durante a tormenta do Calvário, Maria quis tomar o nome de
Nossa Senhora das Sete Dores, foi também para que sua rica vestimenta,
refletindo esperança, se tornasse para nós um verdadeiro arco-iris, nas tristes
circunstâncias de nossa vida”.
13) SENA, Bernardino
de. Sermão na festa do Santo Nome de Maria. Apud
JOURDAIN, Z.-C. Op. cit. p. 620.
14) CORREA DE
OLiVEIRA, Plinio. Conferências em 16/6/1972 e 12/4/1989. (Arquivo pessoal).15) JOURDAIN, Z-C. Op. cit. p. 432.