Não há maravilha
mais autêntica do que a alma verdadeiramente maravilhável. Essa tem o amor de
Deus, pois a perfeita Caridade consiste em maravilhar-se humilde e
desinteressadamente com as coisas divinas. Não só com as invisíveis conhecidas
pela Fé, mas também com as visíveis que Deus colocou ao nosso alcance.
Eis a virtude, tão
fundamental para a alma contrarrevolucionária e para o espírito católico, que devemos
procurar e pedir a Nossa Senhora que, como ninguém, foi a mais maravilhável das
almas.
Se Deus concedeu a
Maria Santíssima o Menino Jesus para encerrar-Se no seu claustro virginal, passar
sua infância ao lado d’Ela, viver trinta anos maravilhando-A, é porque Ela
possuía uma potência de maravilhar-Se que estava na proporção dessa maravilha.
Compreende-se, assim, qual era a capacidade de maravilhar-Se de Nossa Senhora.
Resultado: tornou-Se
maravilhosa. Por isso todas as gerações a chamarão Bem-aventurada (Cf. Lc 1,
48). Pelo desinteresse com que Maria amou, pela humildade com que Ela admirou,
tornou-Se admirável.
Plinio Corrêa de Oliveira