Continuação dos comentários ao Pequeno Ofício de Nossa Senhora
E o Prof. Plinio Corrêa
de Oliveira assim se refere a Nossa Senhora, enquanto representada pela lua:
“O natal de Nosso Senhor
Jesus Cristo representou uma honra incomparável para toda a humanidade.
Guardadas as proporções, também o nascimento de Nossa Senhora conferiu particular
nobreza ao gênero humano. Ela foi a criatura mais perfeita nascida até então, concebida
sem pecado original, e à qual foi dada, desde o primeiro instante de seu ser,
uma superabundância de graças. Compreende-se, pois, a afirmação de que Maria
Santíssima está para Nosso Senhor, assim como a lua para o sol: Ela representa
a suave e amena luminosidade da lua, e Ele, a onipotente e deslumbrante
claridade do sol.
“Há, sem dúvida, imensa
beleza no despontar do astro-rei. Contudo, em certas ocasiões, o aparecimento
da lua tem também seu encanto, sua poesia e sua grandeza. E assim a natividade
de Nossa Senhora foi, para toda a humanidade, como um magnifico nascer da lua:
sol das sombras, sol do repouso, sol das longas meditações e das extensas digressões
do espírito...”
Lua que determina o movimento das misericórdias divinas
Concluímos com esta
expressiva consideração do Pe. Rolland:
“Quando, numa noite
calma e tranquila, levanto meus olhos para o firmamento e contemplo a lua, tão
bela, tão suavemente luminosa, tão pacífica e tão recolhida, penso: Existe um
astro que ilumina a noite das pobres almas que estão no pecado, e as convida ao
recolhimento e à reflexão é Maria.
“Ela refulge no
firmamento dos eleitos, de um brilho particular, mais luminoso que os Anjos e
os Santos, refletindo perfeita e plenamente, sem nenhuma sombra, o Sol de
Justiça, e determinando — como a lua o faz com o fluxo e o refluxo das marés —
os dois movimentos que alegram o coração da Trindade e salvam as almas: o movimento
das súplicas que sobem ao Céu, e o das misericórdias divinas que descem sobre a
Terra” .
ROLLAND. La Reine du Paradis. 8. ed. Paris:
Langres, 1910. Vol. I. p. 165.