segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

Como o despontar do dia da fé

Continuação dos comentários ao Pequeno Ofício de Nossa Senhora


Daquele brilhante sol a Virgem tem o fulgor


Outra bela aplicação do simbolismo da aurora à Santíssima Virgem, devemos à ilustre pena de Augusto Nicolas:
“Maria, ao se levantar sobre o horizonte do mundo, foi como o dealbar da manhã da verdade, como o despontar do dia da fé, que difundiu sobre a Terra Jesus Cristo, luz eterna, como O chama a Igreja. Maria foi como a aurora do Sol de Justiça, desvanecendo as sombras da [Antiga] Lei, e tingindo o céu com os primeiros fulgores da graça, pelo que a Igreja a saúda: «[Aquela] que vai caminhando como a aurora quando se levanta».
“Imagem feliz, que, muito melhor do que nas falsas aplicações dos poetas, encontra em Maria toda sua verdade, toda sua pureza. Assim como pouco depois de se apresentar a aurora, vê-se nascer, como que do interior desta, o corpo do sol, assim Maria apareceu no Evangelho precedendo a Jesus, luz do mundo, que d’Ela nasceu.
“Semelhante é também por sua virgindade à aurora, que nada perde de sua integridade e pureza, ao engendrar o rei dos astros e ser mãe do dia.

“Mas, sobretudo, convém a Maria este simbolismo da aurora [por ser Ela] a filha da graça de quem nasce o Criador, como a primeira claridade da manhã, que se chama aurora, é produzida pelo sol antes de que este apareça, e, por sua vez, produz de seu seio ao rei do dia” 1
1) NICOLAS, Augusto. La Virgen María y el Plan Divino. Barcelona: Religiosa, 1866. Vol. II. p. 143-144.