segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Contínuo ato de amor a Deus e ao próximo

Continuação dos comentários ao Pequeno Ofício da Imaculada
“Mais ainda me agrada este pensamento de Bernardino de Busti:
Maria não vivia repetindo atos de amor, à maneira dos Santos; mas, por singular privilégio, foi a sua vida um ato único e contínuo de amor de Deus. [...]
“O amor para com Deus e para com o próximo nos é imposto pelo mesmo preceito: «E nós temos de Deus este mandamento que o que ama a Deus ame também o seu irmão» (I Jo. IV, 21). São Tomás nos dá a razão: Quem ama a Deus, ama todas as coisas amadas por Ele. Disse um dia Santa Catarina de Siena: «Meu Deus, quereis que eu ame ao próximo e só a Vós eu posso amar». Ao que lhe respondeu o Senhor: «Quem me ama, também ama tudo aquilo que é amado por Mim».
“Ora, como nunca houve, nem haverá quem ame a Deus mais do que Maria, também nunca houve, nem haverá quem mais do que Ela ame o próximo. [...] Mais brilhante prova dessa grande caridade não nos pôde dar, do que oferecendo seu Filho à morte pela nossa salvação. Tanto amou o mundo, que, para salvá-lo, entregou à morte Jesus, o seu Filho Unigênito, diz um texto atribuído a São Boaventura. De onde assim Lhe fala Santo Anselmo: Ó bendita entre as mulheres, Tu excedes aos Anjos em pureza, e aos Santos em compaixão” 1
Incomparável e abrasadora caridade
Ouçamos, por fim, a consideração do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira, acerca da inexcedível caridade que abrasava a alma de Nossa Senhora:
“Nunca houve, e jamais haverá, em toda a história da criação, um amor a Deus tão perfeito e tão ardoroso quanto o que teve Nossa Senhora, desde o primeiro instante de seu ser.
“Se considerarmos o amor a Deus que têm os Anjos, e o que brilhou nas almas dos grandes Santos — por exemplo, o amor zeloso, combativo, ágil, de Santo Inácio de Loyola; o amor embevecido, cheia de ternura e de ardor, de São Francisco de Assis; o amor contemplativo, feito de pensamento e de meditação, de São Bento; e o amor eloquente, inflamado, de São Bernardo — se, pois, considerarmos todo esses amores, podemos concluir que:
“Primeiro, Nossa Senhora possuiu todas as modalidades de amor a Deus que houve e haverá, até o fim do mundo, no Céu e sobre a Terra, nos Anjos e nas almas mais santas;
“Segundo, Ela excedeu a cada um desses Anjos e Santos, de modo incalculável, na forma específica de amor a Deus que os distinguiram;

“E em terceiro lugar, a soma da caridade de todos os Anjos e de todos os Santos reunidos, não tem proporção alguma com a sublime caridade de Nossa Senhora, que reina acima de todo o conjunto das criaturas!” 2
1) CORRÊA DE OLIVEIRA, Plinio. Conferência em 25/6/1966. (Arquivo pessoal).
2) ÁVILA, Juan de. Obras Completas. Madrid: BAC, 1953. Vol. II. p. 938-939.