sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Maria, Refúgio dos pecadores: o testemunho de prolongada experiência

Continuação dos comentários ao Pequeno Oficio de Nossa Senhora
Em um de seus tocantes sermões, o Pe. Pinard de La Boullaye, renomado pregador jesuíta, assim se exprime:
“Que Maria seja toda bondade, não para com a malícia obstinada e a impenitência, ou seja, para com o pecado, mas para com os pecadores; que Ela seja o último recurso dos pobres escravos que desejariam sacudir o jugo de suas paixões e se afligem de não consegui-lo, dos culpados aos quais a clara consciência de seus desregramentos não aconselharia senão o desespero — verdadeiramente, isto não é uma invenção da imaginação humana, nem tampouco a conclusão de complica dos raciocínios. É uma convicção imposta aos fiéis por uma prolongada experiência.
“Interrogai os livros ascéticos, dos mais antigos aos mais recentes, das publicações populares até os tratados dos mais reputados doutores, encontrá-los-eis unânimes em provar, pelos mais variados exemplos, a extraordinária piedade que a Virgem demonstra em relação àqueles que A invocam. Ora Ela os ajuda de maneira quase sensível, através das confissões diferidas por longos anos; ora no leito da morte, Ela concede a graça da conversão, e assim arranca ao Inferno aqueles que deste estavam separados apenas por algumas horas ou poucos segundos; às vezes Ela intervém de maneira miraculosa para chamá-los ao arrependimento.
“Interrogai os confessores, especialmente os que vivem à sombra dos santuários consagrados a Maria; os missionários, sobretudo os que se aplicam em despertar esta devoção que quase todas as mães, felizmente, implantaram com cuidado na alma de seus filhos; os pregadores que asseguram à sua palavra, por ardentes súplicas, o apoio da grande Convertedora. Eles serão unânimes em vos afirmar que resta ao menos uma esperança de salvação, enquanto subsistir numa alma uma centelha — sim, não mais que uma centelha — de piedade em relação à Virgem. [...]
Merecido título de Maria
“Perscrutai as profundezas do Céu. Procurai descobrir, seja entre os Santos, seja entre os Anjos, um só protetor — exceção feita unicamente de Jesus Cristo — que possa intervir em nosso favor com caridade e convicção semelhantes [às de Maria].

Se sois obrigados a desistir de encontrá-lo, não deveis convir que prodígios de misericórdia atestados por tantos testemunhos se explicam sem dificuldade, que a fé dos séculos cristãos se acha amplamente justificada, que Maria, numa palavra, merece verdadeiramente o título de «Refúgio dos pecadores» posto que os maiores culpados, aqueles cujos apelos o mais misericordioso dos eleitos poderia ser tentado a rejeitar, têm a certeza de n’Ela encontrar uma Advogada pronta a defender sua causa, com o apaixonado afeto de uma mãe?”