quinta-feira, 24 de abril de 2014

Inesgotável tesouro de consolação

Continuação dos comentários ao Pequeno Oficio da Imaculada
Sois o consolo dos tristes
Ainda sobre essa maternal prerrogativa de Nossa Senhora, lemos em Santo Afonso de Ligório: “Assim fala São Germano à Mãe de Deus: Ó Maria, quem, depois de vosso Divino Filho, se interessa por nossa felicidade mais do que Vós? Quem nos consola em nossas aflições, como Vós?
“Não, responde Santo Antonino, nenhum santo há que tome parte em nossas misérias, mais do que esta compassiva Rainha. E como as enfermidades de alma são as que mais nos afligem, o Bem-aventurado Henrique Suso dá a Maria o título de fiel Consoladora dos pecadores. Basta que Lhe manifestemos as chagas de nossa alma, e logo Ela nos ajuda com seus rogos e nos consola” 1
E o Pe. Berlioux, por seu lado, comenta: “Para podermos aliviar o próximo, cumpre que tenhamos passado, nós mesmos, por provações.
A esse título, que consolações não estamos no direito de esperar de Maria, que foi a mais aflita de todas as mulheres, e que a Igreja chama a Consoladora dos infelizes! [...]
“Nosso Senhor Jesus Cristo dizia: «Vinde a Mim, vós todos que andais cansados e acabrunhados, e Eu vos aliviarei». Sua terna Mãe possui a mesma linguagem. Ademais, podemos afirmar que o próprio Jesus Cristo não deseja aliviar os aflitos senão por meio de Maria.
“Inesgotável tesouro de consolação, não existe mal que Ela não saiba suavizar ou curar, nem miséria de que Ela não se compadeça, nem lágrimas que Ela não estanque, nem almas aflitas no fundo das quais Ela não faça brilhar um raio de esperança. «Ela é — diz São João Damasceno — este hospital público que Deus abriu a todos os gêneros de sofrimentos e de misérias que nos acabrunham; no qual, se não se é sempre curado, encontra-se ao menos algum alívio para seus males».

“E qual é aquele dentre nós que, no momento da aflição, não experimentou cem vezes o misterioso efeito da proteção de Maria? Por quantos meios sua materna solicitude não nos veio estender a mão e nos sustentar em nosso abatimento? Mal terminamos a oração que Lhe dirigimos, e logo A sentimos perto de nós, boa, afetuosa, sorridente. E quanto maior é o nosso mal, tanto mais Ela nos faz bem!” 2

1) LIGÓRIO, Afonso Maria de. Oeuvres Complètes. 10. ed. Tournai: Casterman, 1880. Vol. VIII. p. 198.
2) BERLIOUX. Mois de Marie. 114. ed. Arras: Brunet, 1875. p. 154 158.