Continuação dos comentários ao Pequeno Oficio da Imaculada
Sois o consolo dos tristes
Ainda
sobre essa maternal prerrogativa de Nossa Senhora, lemos em Santo Afonso de
Ligório: “Assim fala São Germano à Mãe de Deus: Ó Maria, quem, depois de vosso
Divino Filho, se interessa por nossa felicidade mais do que Vós? Quem nos
consola em nossas aflições, como Vós?
“Não,
responde Santo Antonino, nenhum santo há que tome parte em nossas misérias,
mais do que esta compassiva Rainha. E como as enfermidades de alma são as que
mais nos afligem, o Bem-aventurado Henrique Suso dá a Maria o título de fiel
Consoladora dos pecadores. Basta que Lhe manifestemos as chagas de nossa alma,
e logo Ela nos ajuda com seus rogos e nos consola” 1
E o Pe.
Berlioux, por seu lado, comenta: “Para podermos aliviar o próximo, cumpre que
tenhamos passado, nós mesmos, por provações.
A esse
título, que consolações não estamos no direito de esperar de Maria, que foi a
mais aflita de todas as mulheres, e que a Igreja chama a Consoladora dos
infelizes! [...]
“Nosso
Senhor Jesus Cristo dizia: «Vinde a Mim, vós todos que andais cansados e
acabrunhados, e Eu vos aliviarei». Sua terna Mãe possui a mesma linguagem.
Ademais, podemos afirmar que o próprio Jesus Cristo não deseja aliviar os
aflitos senão por meio de Maria.
“Inesgotável
tesouro de consolação, não existe mal que Ela não saiba suavizar ou curar, nem
miséria de que Ela não se compadeça, nem lágrimas que Ela não estanque, nem
almas aflitas no fundo das quais Ela não faça brilhar um raio de esperança.
«Ela é — diz São João Damasceno — este hospital público que Deus abriu a todos
os gêneros de sofrimentos e de misérias que nos acabrunham; no qual, se não se
é sempre curado, encontra-se ao menos algum alívio para seus males».
“E qual
é aquele dentre nós que, no momento da aflição, não experimentou cem vezes o
misterioso efeito da proteção de Maria? Por quantos meios sua materna
solicitude não nos veio estender a mão e nos sustentar em nosso abatimento? Mal
terminamos a oração que Lhe dirigimos, e logo A sentimos perto de nós, boa,
afetuosa, sorridente. E quanto maior é o nosso mal, tanto mais Ela nos faz
bem!” 2
2) BERLIOUX. Mois de
Marie. 114. ed. Arras: Brunet, 1875. p. 154 158.
1) LIGÓRIO, Afonso Maria de. Oeuvres
Complètes. 10. ed. Tournai: Casterman, 1880. Vol. VIII. p. 198.