sábado, 2 de fevereiro de 2008

Episódios Marianos narrados pelo Mons João Clá Dias

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Aqueles que têm tido algum contato com o Mons. João Clá Dias, podem testemunhar quanto é atraente o seu modo de ensinar, no qual sempre há espaço para alguma historia ou fato interessante que cativa a atenção de seus ouvintes. Encantou-me esta em especial e não resisto em comparti-la com os leitores desta página:
TRÊS LÍRIOS ATESTAM A VIRGINDADE PERPÉTUA DE MARIA[1]


Você sabia que houve tempo em que o sol da fé e do amor de Deus banhava com seus raios todos os homens, produzindo assim os mais elevados frutos de santidade? Nessa doce era, chamada Primavera da Fé, sucedeu o belo fato que a seguir narraremos.

Num convento de dominicanos, existia um piedoso e sábio frade, que fazia vários anos era acometido por graves tentações contra a fé. O inimigo do gênero humano o assaltava freqüentemente, soprando-lhe tremendas dúvidas acerca do dogma da virgindade perpétua de Maria. Quando toda a comunidade se reunia na capela para louvar a Santíssima Mãe de Deus, chegada àquela passagem que canta a virgindade de Maria com as seguintes palavras: Post partum, Virgo, inviolata permansisti (Após o parto, ó Virgem, permanecestes imaculada), os monges podiam ver seu infeliz confrade presa de terrível angústia acompanhada de tremores, reflexo da árdua luta que em seu interior se travava.

Sentia-se exausto e desamparado quando chegou a seus ouvidos a fama de frei Egídio, discípulo predileto de São Francisco de Assis, que tinha o dom de acalmar as consciências perturbadas. Um raio de esperança penetrou as espessas nuvens que envolviam a alma do pobre religioso. Pedindo licença a seu superior, partiu, pois, à procura do humilde franciscano, certo de alcançar o alívio para os males que tanto sofrimento lhe causavam. Este, inspirado por Deus, saiu a seu encontro fora da porta do convento, e saudou-o dizendo: Irmão pregador, a Santíssima Mãe de Deus, Maria, foi virgem antes de dar-nos Jesus! Ao mesmo tempo bateu com seu bastão na terra.

Qual não foi a surpresa do nosso monge ao ver brotar, no exato lugar onde Egídio golpeara, um formoso e alvíssimo lírio.

Tornou a bater na terra repetindo: Irmão pregador, Maria Santíssima foi virgem ao dar-nos Jesus! E imediatamente surgiu um segundo lírio, mais lindo que o primeiro.

Pela terceira vez bateu o homem de Deus na terra exclamando: Irmão pregador, Maria Santíssima foi virgem depois de dar-nos Jesus, e apareceu outro magnífico lírio que em beleza e brancura vencia os dois primeiros.

Dito isto, o bem-aventurado Egídio, sem mais, deu-lhe as costas e retirou-se calma e serenamente para seu convento, até desaparecer do olhar do filho de São Domingos que, atônito e sem palavras, permanecia de joelhos diante dos magníficos lírios. Sentiu-se então invadido por uma profunda paz... As violentas tentações desapareceram completamente, cedendo lugar a uma ardorosa e terníssima devoção a Maria Santíssima, como nunca antes experimentara.



Cuidadosamente guardou os três preciosos lírios até o fim de sua vida, como testemunhas irrefutáveis da perpétua virgindade da Mãe de Deus, da qual tornou-se incansável arauto, pois em suas pregações jamais deixou de mencionar, com palavras inflamadas de amor, aquela verdade de fé que antes lhe causara grande tormento, e agora lhe produzia inefável doçura no coração: Post partum, Virgo, inviolata permansisti.


[1] Extraído das conferencias e sermões do Mons. João Clá Dias. Trecho adaptado para linguagem escrita, sem conhecimento e/ou revisão do autor.

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