Uma pergunta muito bonita
seria a seguinte: Tendo o Verbo de Deus, Segunda Pessoa da Santíssima Trindade,
Se feito carne para habitar entre os homens, não haverá conexo com isso um
dizer de Deus aos homens que é, por alguns lados, mais alto do que o dizer de
Deus aos Anjos?
Fico muito na dúvida,
porque não refleti ainda sobre isso e, infelizmente, não tive tempo de ler
sobre a Encarnação do Verbo o suficiente para dar uma resposta. Mas acho que é
possível haver aí um caminho muito fecundo para uma série de interpretações das
relações Deus-homem, a partir da Encarnação, de que não se tenha uma ideia
exata.
Por exemplo, uma outra
questão: Muita coisa que Nossa Senhora sabe a respeito de Deus não foi dada aos
anjos conhecerem, em parte e a um título secundário, por causa da natureza
humana d’Ela?
Que Deus pode ter revelado
a Ela coisas que não revelou aos anjos, isso eu dou por certo. Entretanto, algo
disso teria sido em consideração à natureza humana d’Ela? Aí vem todo o
mistério da Encarnação.
Quem sabe se Lúcifer, ao
tomar conhecimento da criação dos homens, e sendo-lhe revelada a Encarnação, revoltou-se
ao saber que uma criatura tão inferior quanto o homem seria capaz de alguns
conhecimentos que ele, anjo, não poderia ter...?
A afirmação de que Deus,
encarnando-Se, quis honrar toda a Criação, contém uma profundidade talvez meio
inexplorada para um bom número de estudantes de Teologia.
Plinio Corrêa de
Oliveira