quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Cheia de graça sois

Desejando que o Verbo se encarnasse a fim de resgatar a humanidade perdida, o Padre Eterno escolheu para Mãe do Homem-Deus uma Virgem, a mais pura, a mais santa, e a mais humilde entre todas.
Enquanto Maria, na sua pobre casa, estava ocupada em rogar pela vinda do Redentor, apareceu-Lhe, de repente, um Anjo saudando-A: nAve, gratia plena! Dominus tecum; benedicta tu in mulieribus (Le. I, 28) — “Salve, ó cheia de graça, o Senhor é convosco, bendita sois entre as mulheres!”
Cheia de graça! “Desde que Adão fora expulso do Paraíso, era a primeira vez que um ser humano se via cumprimentado por um Anjo em termos tão honrosos. Ele interpelava Maria como sendo a mulher agraciada por Deus de modo singularíssimo, e que estava sob especial direção divina”
Excelência de graça superior à de todos os Anjos e Santos reunidos
“Inegavelmente foi a alma de Maria a mais bela que Deus criou. Depois da Encarnação do Verbo foi esta a obra mais formosa e mais digna de si, feita pelo Onipotente neste mundo. Uma maravilha enfim que só é excedida pelo próprio Criador, como diz Nicolau, monge. Por isso não desceu a graça em Maria, gota a gota como nos outros Santos. Desceu, ao contrário, tal como a chuva sobre o velo (Sl. LXXI, 6). Semelhante à lã do velo, sorveu a Virgem com alegria toda a grande chuva de graça, sem perder uma só gota.
“Era-Lhe, pois, lícito exclamar: Na plenitude dos Santos está minha morada (Ecli. XXIV, 16). Isto significa, conforme a explicação de São Boaventura: Possuo em sua plenitude o que só em parte possuem os outros Santos. E São Vicente Ferrer, referindo-se especialmente à santidade de Maria, antes de seu nascimento, diz que excedeu à de todos os Anjos e Santos.
“A graça que adornou a Santíssima Virgem sobrepujou não só a de cada um em particular, mas a de todos os Santos reunidos, como prova o doutíssimo Padre Francisco Pepe, jesuíta, em sua bela obra das Grandezas de Jesus e de Maria. Nela afirma que essa tão gloriosa opinião para com a nossa Rainha é hoje em dia comum e certa entre os teólogos contemporâneos. [...] Ora, se esta é comum e certa, muito provável é também esta outra sentença: Maria, desde o primeiro instante de sua Conceição Imaculada, recebeu uma graça superior à de todos os Anjos e Santos juntos.