Na verdade,
poderemos designar com o nome de morte o mistério que se realizou em
Vós, oh Maria? [...]
Uma vez que, quando
Vos tornastes Mãe, vossa virgindade permaneceu incólume, vosso
corpo foi preservado da decomposição ao emigrar deste mundo,
ficando transformado num tabernáculo mais ilustre e excelso, não
mais sujeito à morte, mas destinado a perdurar pelos séculos sem
fim. [...] Não chamaremos de morte o vosso sagrado trânsito, mas
dormição ou emigração e, com mais propriedade ainda, o
designaremos como permanência na pátria, pois, ao deixar este
mundo, obtendes uma morada muito mais excelente.
Os anjos e arcanjos
Vos trasladaram. Ante vosso trânsito, os espíritos imundos que voam
pelos ares, estremeceram-se de espanto. Com vossa passagem, o ar
ficou abençoado e o éter santificado. O Céu, com gozo, recebe
vossa alma [...].
Não subistes ao
Paraíso à maneira de Elias, nem fostes como São Paulo transportada
ao terceiro Céu, mas chegastes até ao trono real de vosso Filho, ao
qual contemplais com vossos próprios olhos e com Ele habitais num
clima de grande felicidade e confiança.
(SAN JUAN DAMASCENO.
Homilía sobre la Dormición de María)